Portugal é famoso pela sua costa e praias paradisíacas que percorrem o país de norte a sul e os dois arquipélagos.
A costa portuguesa é extensa: tem 943 km em Portugal continental, 667 km nos Açores, 250 km na Madeira onde incluem também as Ilhas Desertas, as Ilhas Selvagens e a Ilha de Porto Santo. A costa portuguesa tem belas praias, com variedade entre falésias e areais.
Podemos dividir a zona costeira por várias regiões:
- Costa Algarvia (Sotavento e Barlavento);
- Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina;
- Costa Azul;
- Costa de Lisboa;
- Costa de Prata;
- Costa Verde.
Como chegar? Como Fazer?
Estende-se ao longo de mais de 100 km de costa, desde São Torpes no Alentejo, até ao Burgau no Algarve.
A paisagem é marcada pelas falésias escarpadas, representadas no símbolo do Parque, a que a erosão ao longo dos tempos deu várias formas e colorações.
Como o nome indica, incluí, duas zonas distintas:
Sudoeste Alentejano: a faixa litoral de São Torpes a Odeceixe, no Alentejo;
Costa Vicentina: a faixa litoral entre Odeceixe e Burgau, no Algarve.
A criação do PNSACV permite que a região mantenha intocada a sua beleza original e em alguns locais, selvagem.
Felizmente os hotéis e alojamentos mantêm-se à distância da linha costeira, onde podemos encontrar praias paradisíacas, envolvidas por vegetação e dunas, falésias e cabos vertiginosos, aldeias e vilas rusticas onde se mistura a ruralidade com o turismo, e até uma pequena ilha.
A rota pode ser feita de Norte para Sul ou no sentido inverso, do Algarve para o Alentejo.
Os dias dependem muito do tempo despendido em cada local, uma vez que as praias são uma perdição e é fácil perdermos a noção do tempo.
A Rota Vicentina é uma fantástica rede de percursos pedestres que tem evoluído gradualmente, espalhando-se hoje por toda a região da Costa Alentejana e Vicentina e que totaliza mais de 750 km.
Esta grande rede está dividida em três grandes rotas:
Caminho Histórico: percorre as principais vilas e aldeias (entre Santiago de Cacém e Sagres) num total de 13 etapas e de 263 km;
Trilho dos Pescadores: percurso sempre junto ao mar entre São Torpes e Odeceixe com 13 etapas num total de 226,5 km;
Percursos Circulares, num total de 24 trilhos e 263 km.
São Torpes – Praias da Samoqueira e do Serro da Águia – Porto Covo – Ilha do Pessegueiro – Vila Nova de Milfontes - Praia de Almograve – Cabo Sardão – Zambujeira do Mar - Odeceixe
São Torpes
Esta praia tem uma peculiaridade que a torna única no país: a água é tão morna que costuma marcar os 30º graus centígrados. Este não é um fenómeno da natureza, mas sim da atividade da central termoelétrica de Sines (com o encerramento da central a água irá voltar à sua temperatura normal).
Praias da Samoqueira e do Serro da Águia
Piscinas naturais, grutas e ilhéus, um parque aquático natural é o que encontramos nas Praias da Samoqueira e do Serro da Águia.
Neste local idílico escondido entre falésias escarpadas, podemos observar a ação da natureza em rochedos esculpidos pelo mar.
A maré baixa possibilita tirar partido de muitas situações, desde as piscinas naturais, às grutas esculpidas por ação da erosão, sendo também um ótimo local para quem tem crianças.
Porto Covo
A bucólica vila de Porto Covo, com pouco mais de mil habitantes, já não é apenas a simpática povoação de pescadores que Marquês de Pombal recuperou apos o terramoto de 1755. Hoje vive muito do turismo e na charmosa rua principal (reservada somente a pedestres) podemos encontrar vários cafés, restaurantes e lojinhas.
Da Praia dos Buizinhos até ao Largo Marquês de Pombal encontramos um conjunto de tradicionais casas brancas, de portas e janelas coloridas, todas emendadas umas às outras.
Ilha do Pessegueiro
A cerca de 250 metros ao largo de Porto Covo, avista-se a abandonada Ilha do Pessegueiro, fonte de inspiração para os mais poéticos. Aí encontraram-se vestígios de ocupação cartaginesa durante o séc. III a.C. e de ocupação romana, nomeadamente tanques de salga de peixe, mas a tradição e o imaginário falam-nos de um refúgio de piratas ao longo dos séculos.
Atualmente, podem ver-se ruínas de um forte construído no séc. XVII que, juntamente com uma fortaleza gémea em Porto Covo, defendiam esta parte da costa.
Durante o verão, diversos barcos proporcionam visitas à Ilha, atravessando o canal que foi usado como porto de abrigo pelos romanos e cartagineses.
Foi imortalizada por Rui Veloso e Carlos Tê na música Porto Covo de 1987.
Vila Nova de Milfontes
Apelida de “princesa do Sudoeste Alentejano” por causa do seu encanto e beleza natural. É também a “terra das três mentiras” pois não era vila, não é nova e muito menos tem mil fontes.
A simplicidade das suas ruas e casario branco com janelas amarelas e azuis cativam os seus visitantes. O forte junto ao rio Mira oferece-nos fantásticas vista para as praias do Farol e das Furnas (cada uma na sua margem do rio).
A praia do Farol apresenta algumas particularidades, uma espécie de buracos derivados da erosão, que a maré baixa desvenda, ou as mariolas - conjunto de três ou mais pedras sobrepostas, geralmente de forma piramidal ou cónica que, em certas serras , serviam de indicação do caminho a seguir. Estas pequenas construções artesanais viraram moda (para alguns uma praga) um pouco por todo o lado impossibilitando assim o cumprimento do objetivo para o qual foram criadas.
Sugestões de Restaurantes:
A Telha
Restaurante Oásis
Pastelaria Mabi
Sugestões de Alojamento:
Moinho da Asneira
Praia de Almograve
Tem um areal pouco profundo, mas extenso.
A maré baixa proporciona autênticas piscinas naturais para satisfação dos banhistas de todas as idades. Ao contrário, a maré cheia costuma apresentar alguma rebentação.
Do alto das suas falésias, nos miradouros, contempla-se a força do Alentejo Atlântico e a beleza do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, numa paisagem ampla e cheia de beleza.
Cabo Sardão
O Cabo Sardão é o ponto mais ocidental da Costa Alentejana, um lugar de reconciliação absoluta com a paisagem terrestre e marítima, guardado por um farol. Este é um sítio de passagem ao longo da estrada costeira que liga Almograve à Zambujeira. Junto à falésia, é possível admirar os veios cravados nas paredes rochosas, as ilhotas plantadas ao longo da costa e as cegonhas-brancas que aqui nidificam.
Zambujeira do Mar
A pequena vila que se esconde por entre escarpas e falésias entrou na rota do turismo de massas com o Festival do Sudoeste, que desde 1997 traz milhares de visitantes à região.
Na rua principal, o branco casario desce até à praia. No alto junto à Capela da Senhora do Mar temos a melhor panorâmica da vila.
Um pouco antes da da Zambujeira do Mar, existe um pequeno porto de pescas, a Entrada das Barcas, onde a arte piscatória ou xávega ainda mantêm muitos dos traços originais.
Sugestões de Restaurantes:
O Sacas
TRILHO DOS PESCADORES - 18,5 Km
As praias dos Alteirinhos, Carvalhal, Machados e Amália abrem caminho até à Azenha do Mar, onde encontra um porto de pesca natural e para terminar, uma das mais impressionantes vistas de todo o território, a praia de Odeceixe vista da majestosa Ponta em Branco. Trata-se de um fabuloso trilho, praticamente sempre junto às falésias, onde descobrimos praias selvagens, cascatas, engraçados túneis criados pela vegetação, pequenas grutas e peculiares formações rochosas.
Sugestões de Restaurantes:
Restaurante Azenha do Mar
Odeceixe
Classificada como uma das 7 Maravilhas – Praias de Portugal, a praia de Odeceixe, localizada no extremo norte do concelho de Aljezur, tem a particularidade de conter uma praia fluvial, pois é limitada a nascente e a norte pela Ribeira de Seixe, que faz fronteira natural com o Alentejo. Tem por isso banhos de mar e de rio.
A vila é também ela digna de visita, sendo o altaneiro moinho de vento uma das imagens de Odeceixe.
Aljezur – Praia da Amoreira – Praia de Monte Clérigo – Praia da Arrifana – Praia da Bordeira - Praia do Amado - Praia da Cordoama - Praia do Castelejo - Sagres - Vila do Bispo
Aljezur
Entrada no Algarve pela porta da Costa Vicentina. Este Algarve virado a ocidente apresenta grandes diferença para o Algarve virado a sul em vários aspetos. A paisagem entre serra e mar, as praias rodeadas de altas arribas de xisto negro, apresentando-se ora em pequenas enseadas ora em extensos areais de areia dourada no sopé das altas falésias de rocha negra.
Os 40 km de costa são a principal atração da região.
Praia da Amoreira
Esta praia nasce junto à foz da ribeira de Aljezur que forma uma zona estuarina de grande beleza natural. Na margem norte da ribeira desenvolve-se amplo campo dunar que avança vale dentro, evoluindo depois para um habitat de sapal, típico destes sistemas, onde ainda se encontram animais como a lontra, a garça-cinzenta ou o colorido guarda-rios.
Duas formas imponentes marcam a paisagem: a norte o recorte negro da arriba talhada em xisto lembra um gigante deitado sobre o mar; a sul, na encosta verdejante do vale, afloram impressionantes formações rochosas, vestígios duma antiga duna agora fossilizada e que alberga plantas únicas no mundo.
O areal é imenso e faz-se praia tanto na frente de mar, onde na maré vazia se formam lagunas muito apetecíveis e seguras para as crianças, como ao longo da ribeira (Amoreira-Rio), usufruindo-se do ambiente fluvial enquadrado pelas cénicas encostas rochosas do vale.
Praia de Monte Clérigo
Localizada a sul da Praia da Amoreira, tem um vasto areal para norte e uma interessante plataforma rochosa no extremo sul, onde na baixa-mar se podem observar poças de maré com diversos organismos marinhos, como anémonas, actínias, pequenas medusas, burriés, mexilhões, lapas, ouriços-do-mar, estrelas-do-mar, camarões e caranguejos. As poças são ainda o habitat de pequenos peixes como os cabozes e os blénios, ou o habitat temporário de pequenos peixes costeiros, como linguados, sargos e robalos juvenis, que aqui procuram refúgio e alimento. São características ainda desta praia os imponentes recortes das arribas em xisto e grauvaques, nomeadamente a Ponta da Rocha e o Penduradouro. A descida para a praia proporciona uma fabulosa vista panorâmica, sobressaindo na encosta o pequeno núcleo de casinhas típicas de veraneio.
Praia da Arrifana
Esta praia nasce numa bonita enseada em forma de concha, abrigada da fria nortada e das ondulações de norte, associada a uma pequena povoação de pescadores.
O areal é extenso, com mais de 700 metros, mas estreito, e encontra-se marginado por imponentes arribas negras de xisto. Olhando para sul, sobressai na paisagem um leixão escuro e estreito a emergir do mar; trata-se da Pedra da Agulha que se tornou um ícone da costa vicentina.
Praia da Bordeira e Pontal da Carrapateira
Muito próxima da aldeia da Carrapateira, a partir da qual existe um acesso por estrada alcatroada, a belíssima Praia da Bordeira possui um areal muito espaçoso que na maré baixa aumenta consideravelmente de tamanho, tornando-se um dos maiores do Algarve. Aqui desagua uma ribeira que por vezes forma uma lagoa, apreciada pelas crianças.
Praia do Amado
O Amado é uma praia ampla que se estende ao longo de três vales. A norte dominam os tons quentes, rubros e ocres, das arribas; a sul, o cinzento das paredes rochosas talhadas em xisto volta a dominar a paisagem. Uma rede de passadiços conduz os visitantes a diferentes pontos do areal e a miradouros sobre a praia; um acesso viário percorre a arriba a norte permitindo alcançar a praia da Bordeira, passando pelo sítio do Pontal e pelo curioso abrigo de pesca da Zimbreirinha, onde os barcos se fundeiam em plataformas de madeira suspensas na arriba. Ao longo desta via, vários pontos de estadia permitem usufruir da paisagem deslumbrante deste troço de costa.
Praia da Cordoama
Esta é uma vasta praia, com areal a perder de vista. A visão das arribas em sucessivos recortes, progressivamente mais nebulosos, é deslumbrante.
Através do areal podemos partir à descoberta (apenas com maré baixa) de dois segredos da Costa Vicentina, a Praia da Barriga e a dos Mouranitos, e observar as paredes rochosas, com os seus estratos intensamente dobrados e deformados, testemunho das forças incríveis a que estas rochas foram sujeitas.
A Praia dos Mouranitos é uma praia selvagem que fica situada entre a praia da Barriga e da Murração. O acesso é muito difícil mas na maré baixa pode ser feito pela praia da Barriga.
Praia do Castelejo
Ligada à vizinha Cordoama, apresenta uma beleza deslumbrante em que as rochas negras de xisto contrastam com as areias douradas.
Sagres
A Fortaleza de Sagres, também referida como Castelo de Sagres ou Forte de Sagres, localiza-se no imponente promontório da Ponta de Sagres, a norte da cidade.
Foi originalmente construída no século XV e reconstruída em 1793 após ser destruída por Sir Francis Drake em 1587.
As enormes paredes do forte do século XVII permanecem apenas de um lado, com o impressionante arco da entrada como único acesso.
No seu interior, há um antigo mosteiro fundado no século XVI e uma igreja do século XIV em honra de Nossa Senhora da Graça.
A igreja caiada de branco, foi construída na década de 1570 no local existia uma capela erguida por ordem do infante D. Henrique.
Uma visão impressionante, mas intrigante, é a Rosa dos Ventos. Descoberta em 1921, é uma bússola composta por seixos e com 39 metros de diâmetro.
As vistas desde a ponta de Ponta de Sagres até ao Cabo São Vicente, o ponto mais ao sudoeste da Europa, são maravilhosas.
O promontório deve o seu nome a São Vicente de Zaragoza, que teria sido torturado e depois queimado vivo por volta de 304 d.C.
Os seus restos mortais foram trazidos para aqui e construído um santuário, que segundo reza a lenda, seria guardado por corvos. No século XII, as relíquias (acompanhadas pelos corvos) foram transferidas para Lisboa.
Hoje o Cabo é mais conhecido pelo seu Farol, o segundo mais poderoso da Europa. Foi construído em 1846, sobre as ruínas de um convento franciscano do século XVI, destruído durante o terremoto de 1755. Há um pequeno museu e uma loja de presentes ao lado do farol.
A Praia do Beliche, localiza-se nas proximidades do Cabo de São Vicente. Trata-se de uma praia muito tranquila, situada no fundo de uma baía escavada na falésia, muito apreciada por surfistas. O acesso é feito por escadas.
A Praia da Mareta é uma praia urbana, muito frequentada por famílias. Situa-se inserida na ampla baía a leste do cabo de S. Vicente, que a protege dos ventos e ondulações dominantes.
A Praia do Martinhal situa-se a 2 km de Sagres. É constituída por um extenso areal abrigado da ondulação e dos ventos de Oeste. As águas calmas e transparentes desta praia, proporcionam magníficos dias de praia.
Vila do Bispo
Na junção das estradas da costa oeste e sul do Algarve, a Vila do Bispo é um pequeno povoamento tradicional, simpática e pacata, para uma pausa antes de partir á descoberta do Barlavento Algarvio para sul ou da Costa Vicentina para norte.
Sugestões de Restaurantes:
Tasca do Careca
Outros Roteiros:
Praias de Portugal - Costa de Prata - https://anibaljacinto.wixsite.com/saltarfronteiras/post/praias-de-portugal-costa-de-prata
Praias de Portugal - Sotavento Algarvio - https://anibaljacinto.wixsite.com/saltarfronteiras/post/praias-de-portugal-sotavento-algarvio
Nota: De referir que este roteiro (como os outros) pretendem ser apenas guidelines e não para serem obrigatoriamente cumpridos à risca. Cada visitante pode acrescentar ou retirar locais, fazer em mais ou menos dias. Numa escapadinha de um ou vários dias. Estamos, claro, disponíveis para ouvir conselhos e dicas para melhorarmos os nossos roteiros!