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  • anibaljacinto

Praias de Portugal - Sotavento Algarvio

Atualizado: 18 de jul. de 2022

Portugal é famoso pela sua costa e praias paradisíacas que percorrem o país de norte a sul e os dois arquipélagos.

A costa portuguesa é extensa: tem 943 km em Portugal continental, 667 km nos Açores, 250 km na Madeira onde incluem também as Ilhas Desertas, as Ilhas Selvagens e a Ilha de Porto Santo. A costa portuguesa tem belas praias, com variedade entre falésias e areais.

Podemos dividir a zona costeira por várias regiões:

- Costa Algarvia (Sotavento e Barlavento);

- Costa Vicentina;

- Sudoeste Alentejano;

- Costa Azul;

- Costa de Lisboa;

- Costa de Prata;

- Costa Verde.

Salinas de Tavira - Junho 2022
 

Como chegar? Como Fazer?


A região do Algarve divide-se em duas grandes áreas: o Sotavento e o Barlavento.

O Sotavento é a parte mais tradicional, com menos turismo de massas e mais fiel às suas raízes. Mais do que spas, campos de golfe, ginásios, saunas ou piscinas, aqui o mar e a natureza ainda são a principal atração.

O Algarve da Ria Formosa e das suas ilhas, do rio Guadiana e da Serra do Caldeirão. Dos pescadores e das suas pequenas embarcações. Das ostras e do peixe fresco.

Podemos chegar ao Sotavento Algarvio via Loulé, através da A22 (a famosa Via do Infante), da EN2, que tem o seu termino em Faro, ou ainda IC27 que liga o Alentejo ao Algarve.

A EN125 atravessa longitudinalmente o litoral sul do Algarve, ligando Vila do Bispo a Vila Real de Santo António.

 

Alcoutim -> Vila Real de Santo António -> Monte Gordo -> Altura -> Cacela Velha

 

Alcoutim


A porta do Sotavento Algarvio. Aqui encontramos um misto de Algarve e Alentejo, longe das praias mas banhada pelo Guadiana, em Alcoutim encontramos um Algarve diferente, um pequeno paraíso entre a Serra do Caldeirão e o Guadiana.

O rio é a fronteira natural entre Espanha e Portugal, do lado de lá, Sanlúcar de Guadiana e o seu altaneiro castelo guardavam a passagem a contrabandistas de tempos longínquos.

Alcoutim - Junho 2022

Do cais ao castelo é um saltinho e é no alto daquele pequeno morro que se consegue a melhor imagem da vila.

O calor aperta e a Praia Fluvial do Pego Fundo é perfeita para um refrescante mergulho e uma refeição ligeira.

Praia Fluvial do Pego Fundo - Junho 2022

Seguindo, junto ao rio, pela bonita M507, chegamos ao Montinho das Laranjeiras e à sua Villa Romana, que inclui três áreas distintas - a pars fructuaria, de época romana, a ecclesia visigótica e os buyut, islâmicos.

Villa Romana do Montinho das Laranjeiras - Junho 2022

Sugestões de restaurantes:

  • Beira Rio

  • Tá-se bem


Castro Marim


A barragem de Odeleite ficou famosa quando uma imagem captada por um drone se tornou viral e onde o curso das suas águas se assemelha a um gigante dragão chinês - O Lago do Dragão Azul.

Odeleite - Junho 2022

No cais das salinas de Castro Marim conseguimos uma bonita panorâmica para o castelo e toda a vila medieval.


Vila Real de Santo António


Vila Real de Santo António é uma pequena cidade piscatória que convive à seculos com o rio Guadiana e o mar. Fronteiriça a Espanha, daqui parte o barco que liga a Ayamonte e que até 1991 era a única forma de ligação das duas cidades.


Monte Gordo - Altura - Manta Rota


As fantásticas praias de Monte Gordo, Altura ou Manta Rota com os seus extensos areais (perto de 10 km de areal continuo), águas limpas, calmas e temperadas, convidam a longos dias de veraneio.

No Baloiço dos Morcegos temos uma panorâmica da fantástica costa que vai de Vila Real de Santo António a Vila Nova de Cacela.


Cacela Velha


A aldeia de Cacela Velha é a perola do Sotavento (até porque é aqui que podemos provar as melhores ostras da região). No alto da falésia o seu forte protege a Ria Formosa, as casas brancas com faixas coloridas, principalmente de azul, combinam de forma perfeita com o céu.

Cacela Velha - Junho 2022

Uma imagem que ilustra na perfeição este Algarve, mais tradicional, agrícola e piscatório, com uma história secular bem presente nas muralhas viradas ao mar.

A luz desta aldeia tem algo de especial e tem servido de inspiração a poetas famosos, desde Eugénio de Andrade a Sophia de Mello Breyner Andresen.


As praças fortes foram conquistadas
Por seu poder e foram sitiadas
As cidades do mar pela riqueza
Porém Cacela
Foi desejada só pela beleza

(A conquista de Cacela, Sophia de Mello Breyner Andresen)


Está desse lado do Verão
onde manhã cedo
passam barcos, cercada pela cal.
Das dunas desertas tem a perfeição,
dos pombos o rumor,
da luz a difícil transparência
e o rigor.

(Eugénio de Andrade)

Cacela Velha - Junho 2022

 

Ilha de Cabanas -> Ilha de Tavira -> Ilha da Armona -> Ilha da Culatra -> Ilha Deserta ou da Barreta

 

A Ria Formosa é um labirinto de canais, ilhas, sapais e bancos de areia, que se estende ao longo de 60 km, numa área com mais de 18 mil hectares, entre as Praias do Garrão e da Manta Rota.

É uma área protegida com estatuto de parque natural desde 1987 e foi eleita uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.

A sul é protegida do Oceano Atlântico por um cordão dunar quase paralelo à orla continental, formado por duas penínsulas (a Península do Ancão, que engloba a praia do Ancão e a praia de Faro; e a Península de Cacela, que engloba a Praia de Cacela Velha e a Praia da Fábrica) e cinco ilhas barreira arenosas (Ilha da Barreta, Ilha da Culatra, Ilha da Armona, Ilha de Tavira e Ilha de Cabanas).

Um paraíso para os amantes da observação de aves, a Ria Formosa alberga regularmente mais de 20.000 aves aquáticas. Toda a zona é muito importante como zona de passagem para as migrações entre o Norte da Europa e África e abriga espécies raras em Portugal como o Camão ou Galinha-sultana, ave eleita como símbolo do Parque Natural, e outras espécies emblemáticas como os coloridos flamingos.

Neste Parque Natural podemos encontrar outros animais em vias de extinção como é o caso do camaleão que, em Portugal, existe apenas nos pinhais e dunas do Sotavento do Algarve, e do cavalo-marinho que deu origem a uma das maiores comunidades da espécie no mundo.

A Ria Formosa é também conhecida pelo Cão de Água Português, uma raça algarvia ameaçada de extinção.

Além da pesca, a extração de sal e a apanha de moluscos e bivalves são as atividades tradicionais das populações da Ria que, com sabedoria e arte, criaram deliciosas especialidades gastronómicas, como a sopa de peixe ou o arroz de lingueirão, que poderá saborear tranquilamente nos restaurantes à beira-mar.

Percorremos a Ria Formosa de leste para oeste:

  • Ilha de Cabanas

Situada a nascente de Tavira, a ilha de Cabanas é uma estreita língua de areia com 70 metros de largura e 7 km de comprimento. A ilha não é habitada e é uma das praias mais tranquilas da Ria Formosa, convidando a passeios pelo areal e a momentos de tranquilidade e isolamento.

O acesso é feito em pequenas embarcações de pescadores a partir da marginal de Cabanas de Tavira, num passeio de aproximadamente 5 minutos.

  • Ilha de Tavira

A Ilha de Tavira tem cerca de 11 km de extensão e fica perto da cidade que lhe deu o nome.

Banhada por águas serenas e cálidas, é um destino maravilhoso para quem procura tranquilidade à beira mar.

A ilha é constituída por 5 praias, do Homem Nu, Naturista, do Barril, da Terra Estreita e Ilha de Tavira.

A Praia do Barril (a mais famosa e procurada), dotada de um vasto areal, é facilmente identificável pelo cemitério das âncoras existente nas suas dunas. São mais de 100 âncoras, usadas na antiga armação de pesca do atum entre 1841 e 1967.

Praia do Barril - Junho 2022

Nessa altura, terão chegado a viver na praia cerca de 80 pescadores e as suas famílias. Os edifícios de então foram entretanto recuperados e transformados num museu, lojas e restaurantes.

O acesso é feito a partir do aldeamento turístico de Pedras del Rei. Aí é necessário atravessar uma ponte pedonal sobre a Ria Formosa e depois continuar, por cerca de 1 km, a pé ou através de um pequeno comboio até ao areal (custa 1,8€ cada viagem).

Existem também barcos que fazem a ligação entre a cidade e a ilha.

Praia do Barril - Junho 2022

  • Ilha da Armona

A Ilha da Armona tem 9 km de comprimento. É habitada mas não existem carros nem estradas. Porém, ao contrário da Ilha da Culatra, o povoado que se estabeleceu na Armona é essencialmente de veraneio e muitas das casas são para alugar no verão, havendo também um parque de campismo com bungalows. O resto da ilha tem uma natureza selvagem.

O Barco que parte de Olhão tem um custo de 3,8€ ida e volta.

Na Ilha da Armona, existem 4 praias, Armona-Ria, Armona-Mar, Fuseta e Barra Nova


  • Ilha da Culatra

A Ilha da Culatra tem 7 km de extensão e é habitada todo o ano, maioritariamente por pescadores e pelas suas famílias. Os habitantes da ilha distribuem-se por 3 povoações: Farol, Hangares e Culatra.

Como só é acessível por barco, não há carros na ilha, reinando a paz e tranquilidade.

Na Ilha da Culatra, há 3 praias, Farol (ou Ilha do Farol), Hangares e Culatra.

  • Ilha Deserta ou da Barreta

A Ilha Deserta é, como o nome indica, uma área completamente desabitada da Ria Formosa. São cerca de 10 km de praia e de silêncio.

 

Cabanas -> Tavira -> Pego do Inferno -> Olhão

 

Cabanas de Tavira


Pequena vila piscatória onde o turismo passou a desempenhar papel fundamental no seu desenvolvimento. O aumento da oferta hoteleira contribui-o de forma decisiva no crescimento da localidade.

Para chegar à praia/ilha é necessário fazer uma curta viagem de barco. No cais de cabanas existem várias ofertas para fazer a deslocação.


Tavira


A primeira paragem é na Igreja de Santa Maria do Castelo, o principal templo da cidade. Logo ao lado o Castelo ou as muralhas que dele restam. No alto da sua torre consegue-se a melhor perspetiva da cidade.

Caminhamos pelo centro histórico, lado a lado com o Rio Gilão, até à Ponte Romana que liga as duas margens.

Tavira - Junho 2022

Atravessamos a ponte em direção às salinas do Forte do Rato, que em certas alturas do ano assumem uma fantástica tonalidade cor de rosa.

Salinas de Tavira - Junho 2022

Na Praia dos Tesos são inúmeras as embarcações num vai e vem constante entre a cidade e a ilha de Tavira.

Praia dos Tesos - Junho 2022

Pego do Inferno


A famosa Cascata do Pego do Inferno é uma das atrações naturais mais bonitas de Tavira. Situa-se na pequena freguesia de Santo-Estevão, a cerca de 8 km do centro da cidade. A queda d’água tem 4 metros de altura e a sua piscina natural é um verdadeiro paraíso de água azul. O local é selvagem e não tem apoio de bares ou restaurantes.

Acesso -> Parking Pego do Inferno, ao fundo da estrada do parking há um sinal "acesso proibido". Siga por num caminho de terra estreito do lado direito do acesso proibido uns 100 metros até começar a descer. 200 a 300 metros depois vê-se a cascata em baixo.

É uma pena que a Câmara de Tavira tenha deixado quer o acesso, quer a própria cascata chegar a um lastimável estado de conservação. Onde outrora existiram passadiços agora existe terra batida e vegetação que quase não permite a passagem. Chegar ao lago da cascata é hoje praticamente impossível para quem menos mobilidade.

Pego do Inferno - Junho 2022

A Lenda do Pego do Inferno
Diz-se que há muitos anos, uma carroça se despenhou no pego, caindo os ocupantes na lagoa. Os cadáveres dos ocupantes da carroça e os dos animais que a puxavam nunca foram localizados e os mergulhadores não conseguiram encontrar o fundo da lagoa, chamando então ao local “Pego do Inferno.

Sugestões de restaurantes:

  • Vela II

  • Há Peixe


Olhão


Cidade piscatória do Sotavento Algarvio, apelidada de “cubista”, devido à originalidade de algumas casas nos bairros mais populares, como o da Barreta. Encaixadas em ruelas estreitas, as casas brancas, já datadas do século XVIII, exibem faixas e portas coloridas, chaminés algarvias e terraços de inspiração árabe.

No centro histórico encontramos os mercados e as ruelas tradicionais repletas de comércio. O cais é a porta para a Ria Formosa e as suas ilhas, com um constante vai e vem de barcos e pessoas. Os turistas, os pescadores e mariscadores, as embarcações de recreio e os pássaros sempre num movimento regular entre a cidade e as ilhas da Ria Formosa.

Um ultima paragem na praia da Fuzeta-Ria para um por do sol com vista para as ilhas.


Em 16 de junho de 1808, a população de Olhão revoltava-se contra os invasores franceses e expulsava-os da localidade. Alguns partem depois, num pequeno barco, para o Brasil com o objetivo de avisar o rei.
O rastilho para a revolta foi um edital onde Junot pedia aos portugueses que se alistassem para ajudar os franceses a combater a rebelião que grassava na Andaluzia.
Animados com o discurso de um ex-governador da região que se encontrava na aldeia, os habitantes de Olhão, a maioria pescadores sem qualquer instrução, pegam nas armas que têm à disposição e obrigam os franceses a abandonar a localidade.
O resto do Algarve segue-lhes as pisadas e os franceses são também obrigados a abandonar a região. Aproxima-se o final da primeira invasão francesa, que será confirmada mais tarde com as batalhas de Roliça e de Vimeiro.
Para avisar o rei de que os invasores tinham sido derrotados e que poderia voltar ao país, um grupo de pescadores parte numa pequena embarcação para o Brasil.
O rei não regressou mas transformou a aldeia em vila, por decreto régio, deu-lhe o título de “Olhão, da Restauração” e atribuiu aos pescadores cargos públicos.

 

Outros Roteiros:



 

Nota: De referir que este roteiro (como os outros) pretendem ser apenas guidelines e não para serem obrigatoriamente cumpridos à risca. Cada visitante pode acrescentar ou retirar locais, fazer em mais ou menos dias. Numa escapadinha de um ou vários dias. Estamos, claro, disponíveis para ouvir conselhos e dicas para melhorarmos os nossos roteiros!



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