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Visitar Leiria

"Leiria tem um rio que corre para cima, uma torre que não tem Sé, uma Sé que não tem torre e uma Rua Direita que o não é."

Leiria é uma cidade portuguesa, capital do distrito de Leiria, na província da Beira Litoral, no Centro de Portugal. Os habitantes desta cidade chamam-se leirienses ou coliponenses (derivado da romana Colipo).

Neste roteiro vamos deixar de fora as grandes alterações geográficas do distrito (a faixa costeira e o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros), uma vez que vão ter uma rota própria.

A cidade é banhada pelos rios Lis e o seu afluente, o Lena, sendo o castelo de Leiria o seu monumento mais notável.

É entre o castelo e o Lis que nasceu e cresceu Leiria, num distrito que se estende até às areias douradas do Atlântico, povoado de belas matas, serras, grutas, lagoas, salinas, arquitetura religiosa e civil, construções medievais, museus, termas, com tradições populares nas suas manifestações mais puras, artesanato e uma muita rica gastronomia.

Mosteiro da Batalha - Dezembro 2021
 

Como chegar?


Chegar ao distrito de Leiria a partir de Lisboa são pouco mais de 100 km. Pela A8 junto ao litoral ou pela A1 mais no interior. Do Porto são pouco mais de 150 km pela A1.

 

Dia 1:

Buracas do Casmilo - Castelo de Pombal - Lagoa da Ervedeira - Monte Real - Leiria

 

BURACAS DO CASMILO


Curiosamente, começamos a nossa Rota de Leiria no distrito de Coimbra, mas como este local fica inserido na Serra de Sicó que abrange os dois distritos, não resistimos e decidimos começar por aqui.

O Vale das Buracas do Casmilo fica localizado na Serra de Sicó nas imediações da aldeia de Casmilo, no concelho de Condeixa-a-Nova, a 60 km de Leiria.

O trilho começa junto ao parque de merendas que se encontra ao lado do Pavilhão Polidesportivo. O percurso pedestre é circular e pode optar por percorrer a versão mais curta, de 3,5 km, ou a versão longa, que tem aproximadamente 6,5 km.

Durante o percurso vamos encontrar imensas paredes de rocha esburacada. São buracos invulgares mas são reais e naturais. Na verdade, correspondem ao que resta de várias salas de uma gruta existente no interior do monte, resultando do abatimento da parte central de uma conduta que deixou a descoberto as suas partes laterais.

As buracas podem apresentar forma elíptica ou circular e dimensões muito variáveis. Podem ir de 2 a 10 metros de diâmetro e de 1 a 7 metros de profundidade. Ao longe, parecem entradas de grutas, mas na verdade são pouco profundas e apenas criam pequenos abrigos. É possível entrar em algumas buracas, com cuidado, pois o piso é bastante irregular e íngreme.

Existe uma lenda, que diz que nessas grutas se enterrou ouro mouro, que até hoje ainda não voltou a ver a luz do dia.

O tempo não ajudou mas mesmo assim foi possível visitar as buracas. De referir que parte do percurso em terra batida pode ser feito por um automóvel ligeiro mas sempre com muito cuidado.


CASTELO DE POMBAL


Seguimos viagem, de Norte para Sul, até ao Castelo de Pombal.

Na mais elevada e rochosa colina de Pombal, ergueu-se um castelo, pela iniciativa de Gualdim Pais, mestre da Ordem do Templo em Portugal, corria o ano de 1160. Esta seria uma zona defendida pelos Templários, numa época em que se temiam as incursões muçulmanas nas inseguras terras situadas a sul do Rio Mondego. Ao mesmo tempo que se pugnava pela defesa territorial, as novas construções militares abrigavam populações recentes, essenciais para assegurar uma eficaz política de repovoamento do território conquistado. Está assim diretamente ligado ao nascimento e crescimento da cidade de Pombal.

Castelo de Pombal - Dezembro 2021

LAGOA DA ERVEDEIRA


Num dia de Inverno resolvemos dar um salto à Lagoa da Ervedeira, local de excelência para veraneantes mas também para práticas desportivas como a pesca ou a canoagem.

Embora esteja muito próxima do mar (6 km) é uma lagoa de água doce, com praia fluvial, passadiços, bar de apoio, parque de merendas e estacionamento.


MONTE REAL


Famosa pelas suas águas termais, assume-se como uma vila de charme sendo o Palace Hotel o seu ex-libris.

A nossa visita passa pelos paços reais, pelo pelourinho e pela fonte da Rainha Santa.

Palace Hotel Monte Real - Dezembro 2021


Monte Real - Dezembro 2021

LEIRIA


Castelo de Leiria - Dezembro 2021

Em Leiria, todos os caminhos vão dar ao Castelo. Estacionamos junto ao Lis, próximo da Fonte Luminosa e das letras que legendam uma bonita panorâmica para o Castelo.

Rio Lis - Dezembro 2021

Logo ao lado a Praça Francisco Lobo Rodrigues, a mais famosa da cidade. Nos 500 metros que levam ao Castelo aconselhamos a passagem na Rua Afonso de Albuquerque, morada de um dos mais emblemáticos edifícios de Leiria. Um pequeno arco forrado a azulejo, que faz a ligação entre duas casas, com três janelas de cada lado, separadas por duas colunas.

Leiria - Dezembro 2021

Poucos metros mais acima entramos no símbolo monumental da história da Cidade. A vista sobre a cidade é soberba, de um lado Leiria a seus pés, de outro a arena dos tempos modernos, o Estádio Municipal, grandiosa obra construída para o Euro 2004.

Leiria - Dezembro 2021

Guarda no interior das imponentes muralhas vestígios das diversas fases de ocupação, desde a fortaleza militar ao palácio real.

Desde os primórdios da ocupação humana na Península Ibérica, quando os instrumentos principais eram feitos de pedra, o homem deixou-se encantar por estas paisagens envolventes, entre o mar e a serra!

Castelo de Leiria - Dezembro 2021

Foram vários os reis e rainhas que se deixaram deslumbrar pela paisagem fantástica que é possível observar do topo do morro.

D. Dinis terá sido o monarca que mais tempo passou em Leiria, juntamente com a sua esposa, a Rainha Santa Isabel, a quem é atribuída a lenda do Milagre das Rosas, sendo esta apenas uma das várias histórias que nasceram em Leiria graças a estes reis.


Reza a lenda que a rainha saiu do Castelo de Leiria, numa manhã de inverno, para distribuir pães pelos mais desfavorecidos. Surpreendida por D. Dinis, que lhe perguntou onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria respondido: São rosas, Senhor!. Desconfiado, D. Dinis inquiriu: Rosas, em Janeiro?. D. Isabel expôs então o conteúdo do regaço do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães que ocultara.

Vários séculos depois, o Castelo, bem como a cidade, viriam ainda a sofrer danos, com as invasões francesas, ficando quase ao abandono.

Valeu o esforço da Liga dos Amigos do Castelo e do famoso arquiteto suíço, Ernesto Korrodi, que ali realizaram obras de recuperação e que devolveram a ligação entre este magnífico monumento e a população.

Castelo de Leiria - Dezembro 2021

Em 2021, foram concluídas as obras de requalificação de grande parte do espaço, que permitiram não só valorizar ainda mais a sua riqueza patrimonial e aumentar o seu potencial turístico, como torná-lo mais inclusivo e aberto a todos os cidadãos, através da construção de dois acessos mecânicos (no lado norte e no lado sul), que são de utilização gratuita.


Leiria - Natal 2021

 

Dia 2:

Batalha - Alcobaça - Caldas da Rainha - Óbidos

 

BATALHA


Começamos o dia lado a lado e ao balanço do baloiço da Barrozinha. Com a particularidade de ser duplo, está situado no cimo da Torre da Magueixa, freguesia de Reguengo do Fetal, localiza-se a 320 metros de altitude e proporciona uma vista única para apreciar o horizonte e a paisagem envolvente. Dizem que em dias claros se pode ver o mar.


A espetacularidade do Mosteiro da Batalha deixa qualquer visitante admirado. Mesmo depois de várias visitas a sensação de espanto perante tamanha beleza não nos abandona.

A sua história é igualmente fantástica e começou no dia 14 de agosto de 1385, na Batalha de Aljubarrota, um acontecimento decisivo para a consolidação da nação portuguesa: D. João, Mestre de Avis e futuro rei de Portugal, venceu os exércitos castelhanos. Essa vitória pôs termo a uma crise dinástica que se arrastava desde 1383, aquando da morte do rei D. Fernando, cuja única filha era casada com o rei de Castela, pretendente ao trono de Portugal.

Mosteiro da Batalha - Dezembro 2021

D. João dedicou o mosteiro à Virgem Maria, que havia invocado para que intercedesse pelo seu triunfo, e doou-o à Ordem Dominicana, à qual pertencia o seu confessor. Esta foi a razão de ser do nascimento de uma obra cuja construção se iria prolongar por quase dois séculos e que resultou num dos mais fascinantes monumentos góticos da Península Ibérica. A construção do mosteiro corporizou também a consagração de D. João I como rei de Portugal, assumindo-se assim como símbolo da nova dinastia e legitimada pela vontade divina.

O seu valor arquitetónico e significado histórico motivaram a classificação do monumento como Património da Humanidade pela UNESCO, em 1983.

Bem perto do mosteiro, a caminho de Alcobaça, é possível visitar o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota.

Mosteiro da Batalha - Dezembro 2021

Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota, foi uma figura lendária e heroína portuguesa, cujo nome anda associado à vitória dos portugueses, contra as forças castelhanas, na batalha de Aljubarrota (1385). Com a sua pá de padeira, teria morto sete castelhanos que encontrara escondidos num forno. Brites de Almeida teria nascido em Faro, em 1350, de pais pobres e de condição humilde, donos de uma pequena taberna.
A lenda conta que desde pequena, Brites se revelou uma mulher corpulenta, ossuda e feia, de nariz adunco, boca muito rasgada e cabelos crespos. Estaria então talhada para ser uma mulher destemida, valente e, de certo modo, desordeira. Teria 6 dedos nas mãos, o que teria alegrado os pais, pois julgaram ter em casa uma futura mulher muito trabalhadora. Contudo, isso não teria sucedido, sendo que Brites teria amargurado a vida dos seus progenitores, que faleceriam precocemente.
Aos 26 anos ela estaria já órfã, facto que se diz não a ter afligido muito. Vendeu os parcos haveres que possuía, resolvendo levar uma vida errante, negociando de feira em feira. Muitas são as aventuras que supostamente viveu, da morte de um pretendente no fio da sua própria espada, até à fuga para Espanha a bordo de um batel assaltado por piratas argelinos que a venderam como escrava a um senhor poderoso da Mauritânia.
Acabaria, entre uma lendária vida pouco virtuosa e confusa, por se fixar em Aljubarrota, onde se tornaria dona de uma padaria e tomaria um rumo mais honesto de vida, casando com um lavrador da zona. Encontrar-se-ia nesta vila quando se deu a batalha entre portugueses e castelhanos.
Derrotados os castelhanos, sete deles fugiram do campo da batalha para se albergarem nas redondezas. Encontraram abrigo na casa de Brites, que estava vazia porque Brites teria saído para ajudar nas escaramuças que ocorriam. Quando Brites voltou, tendo encontrado a porta fechada, logo desconfiou da presença de inimigos e entrou alvoroçada à procura de castelhanos. Teria encontrado os sete homens dentro do seu forno, escondidos. Intimando-os a sair e a renderem-se, e vendo que eles não respondiam pois fingiam dormir ou não entender, bateu-lhes com a sua pá, matando-os.
Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo de mulheres e constituído uma espécie de milícia que perseguia os inimigos, matando-os sem dó nem piedade. Os historiadores possuem em linha de conta que Brites de Almeida se trata de uma lenda mas, assim mesmo, é inegável que a história desta padeira se tornou célebre e Brites foi transformada numa personagem lendária portuguesa, uma heroína celebrada pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais.

ALCOBAÇA


O Mosteiro de Alcobaça encontra-se intimamente ligado à afirmação de Portugal como reino independente (1139-1179). Foi fundado por iniciativa do primeiro rei, D. Afonso Henriques, por doação a Bernardo de Claraval, datada de 1153.

Traduz, como poucos monumentos, a sobriedade estética pregada por S. Bernardo e o rigor e a austeridade da Ordem de Cister. As obras foram iniciadas em 1178 e terminadas cerca de 100 anos depois. Na igreja os mestres pedreiros da Ordem de Cister experimentaram o que era, na altura, um novo "modo" de construção - o gótico - introduzindo no território português essa nova linguagem arquitetónica.

Panteão Régio da monarquia portuguesa, o Mosteiro de Alcobaça alberga os túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro, datados do séc. XIV e considerados obras-primas da escultura tumulária europeia. Com um riquíssimo programa decorativo, neles se destacam as representações do Juízo Final, no túmulo de D. Inês, e da Roda da Vida, no túmulo de D. Pedro.

Mosteiro de Alcobaça - Dezembro 2021

Há histórias de amor que são eternas e que marcam lugares, épocas, literatura, música. Romeu e Julieta, Cleópatra e Marco António, Dom Quixote e Dulcineia são personagens que nos levam a viajar pelas histórias do seu amor e da sua tragédia e continuam a inspirar-nos.
A história de amor de D. Pedro e Inês de Castro marcou sem dúvida a História de Portugal e inspirou grandes escritores como Luís de Camões, que dedicou um episódio de Os Lusíadas à “linda Inês”.

“As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram.
O nome lhe puseram, que inda dura,
Dos amores de Inês, que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água e o nome Amores."

A Quinta das Lágrimas foi o maior palco do amor de D. Pedro e Inês de Castro e existem inúmeras referências a esta história como a Fonte dos Amores, precisamente por ter sido o cenário deste amor.
A outra fonte da Quinta foi batizada pelo poeta Luís de Camões em Os Lusíadas como Fonte das Lágrimas, referindo que a mesma nascera das lágrimas vertidas por Inês ao ser assassinada. No fundo da fonte existem umas peculiares algas vermelhas que dão uma tonalidade avermelhada às pedras. A lenda diz que foi na Quinta das Lágrimas que D. Inês foi assassinada e o seu sangue ainda pinta as rochas da fonte.

Em 1339, Inês chegou a Portugal como dama de companhia de D. Constança de Castela, filha do fidalgo D. João Manoel, descendente dos reis de Castela, Leão e Aragão. Pouco depois, D. Constança casou-se com D. Pedro, infante de Portugal, filho do rei D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela.
Tal como muitos casamentos da altura, este foi combinado para criar uma aliança com outro reino. Este enlace não era do agrado do infante D. Pedro que se manteve afastado de D. Constança após o casamento. Nessa altura, D. Pedro já estaria perdidamente apaixonado pela dama de companhia de D. Constança.
O caso amoroso foi rapidamente tornado público e foi mal aceite pela corte e pelo rei D. Afonso IV, que não via com bons olhos a amizade entre D. Pedro e os irmãos de Inês de Castro, que tinham pretensões ao poder. No entanto, nada conseguiu fazer para travar o amor dos dois.
O rei D. Afonso IV mandou então expulsar, em 1344, D. Inês da corte e forçou-a a sair do país. Inês refugiou-se no Castelo de Albuquerque perto da fronteira portuguesa, em Badajoz. Este era o Castelo de D. Afonso Sanches, irmão bastardo de D. Afonso IV, que o rei viu como mais uma afronta. Apesar de tudo isto, D. Pedro e D. Inês continuaram a trocar cartas.
Em 1354, D. Constança morre no parto ao dar à luz o seu terceiro filho, o futuro rei D. Fernando. D. Pedro viu-se então livre daquele casamento e mandou regressar D. Inês, instalando-a numa quinta em Moledo, nas proximidades da Serra d’el Rei, onde viveram momentos felizes. Aí tiveram três filhos, D. Afonso, D. João e D. Dinis.
D. Pedro resolveu então partir com D. Inês e instalam-se na Quinta do Canidelo. Doou-lhe o padroado da Igreja de Santo André de Canidelo e instalou-a com todas as honras e comodidades. Aí nasceu uma filha em 1353, D. Beatriz.
Alguns anos depois, D. Pedro e Inês de Castro mudaram-se para o Paço de Santa Clara, em Coimbra. 
A 6 de janeiro de 1355, Inês é condenada à morte num julgamento sumário no Castelo de Montemor-o-Velho. No dia seguinte, D. Afonso IV chega a Coimbra, acompanhado dos seus conselheiros armados.
No dia 7 de janeiro de 1355, D. Pedro tinha planeado ir à caça. D. Afonso IV e os seus conselheiros aproveitaram a ausência de D. Pedro para entrar no paço e degolaram Inês, apesar das súplicas e do choro dos seus filhos. Após o assassinato, D. Inês foi sepultada na Igreja de Santa Clara.
O assassínio de D. Inês provocou a revolta de D. Pedro contra o seu pai, o rei D. Afonso IV, e iniciou-se uma guerra civil. Após meses de conflito, a rainha D. Beatriz conseguiu intervir e fez selar um acordo de paz, em agosto de 1355.
Em 1357, morreu D. Afonso IV e D. Pedro subiu ao trono. O novo rei procurou de imediato vingar-se dos assassinos de D. Inês. Em junho de 1360, declarou em Cantanhede, perante testemunhas, que se teria casado secretamente com D. Inês, em 1354, legitimando assim os filhos do casal e legalizando o casamento.
D. Pedro conseguiu então a extradição de Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves. Só Diogo Lopes Pacheco conseguiu fugir para Aragão e finalmente encontrou refúgio em França. Os dois homens foram apanhados e executados em Santarém. Conta a lenda que D. Pedro, sedento de vingança, ordenou ao carrasco que retirasse o coração pelo peito a Pêro Coelho e pelas costas a Álvaro Gonçalves, o que lhe valeu o cognome de “O Cruel”.
Depois de vingada a morte de D. Inês, D. Pedro mandou construir em Alcobaça um túmulo destinado a recolher os restos mortais daquela que foi a sua eterna amada. O corpo de D. Inês de Castro foi então transladado do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra para o Mosteiro de Alcobaça, acompanhado por um cortejo de mais de mil homens e mulheres com velas acesas.
Conta-se que D. Pedro mandou colocar o cadáver de D. Inês num trono, colocou-lhe sobre o crânio a coroa real e obrigou todos os nobres, sob ameaça de morte, a beijar a mão daquela que foi rainha depois de morta. Aqui nasceu a expressão popular "Inês é morta" que significa agora é tarde.
D. Pedro faleceu em janeiro de 1367. No testamento, mandou que o seu cadáver fosse levado para Alcobaça e ali colocado no túmulo que mandara construir conjuntamente com o de D. Inês de Castro. Ainda hoje permanecem juntos, frente a frente, para que “possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final”, como conta a lenda.


CALDAS DA RAINHA


Famosa pelas suas águas termais e pela cerâmica. É junto às termas que encontramos o Parque D. Carlos I, um bonito jardim romântico, com um lago artificial, um coreto e belas alamedas ladeadas por frondosas arvores.

Mas é um misterioso edifício que nos trás aqui, aquele que no final do sec. XIX foi projetado como o primeiro grande empreendimento turístico termal do mundo, mas que acabou ao abandono.

Embora se tratem de edifícios de clara beleza, os "pavilhões do parque" nunca chegaram a ser finalizados e inaugurados. Ali permanecem com o seu ar de pedra frio e altivo mas já com várias rugas que não disfarçam o passar dos tempos.

Parque D. Carlos I - Dezembro 2021
Caldas da Rainha - Dezembro 2021
Edifícios abandonados Parque D. Carlos I - Dezembro 2021

ÓBIDOS


Castelo de Óbidos - Fevereiro 2022

Uma das mais pitoresca vila de Portugal. Cada pedra da calçada, da muralha, do castelo, cada casa caiada de branco, cada rua ou cada viela, contam uma história, o tempo que passou e que deixou a sua marca na memória do povo desta encantadora localidade.

Óbidos - Fevereiro 2022

A Vila Natal, o Festival do Chocolate, o Mercado Medieval, entre outros, trazem á vila animação e mediatismo durante todo o ano, por isso não é fácil fugir à agitação do turismo e encontrar Óbidos numa paz e harmonia entre ruas, pessoas e a natureza.

Entrar no Castelo de Óbidos, uma das 7 Maravilhas de Portugal, é entrar no País da Alice da era medieval. Um reino encantado, de casas castiças de cores variadas, de pórticos manuelinos, janelas floridas e pequenos largos.

A ginjinha é obrigatória, com ou sem elas, em copo tradicional ou de chocolate. Assim como subir às muralhas e circundar todo o castelo.

E claro, não podia faltar o baloiço da praxe para um momento de descanso com uma bonita panorâmica para a vila.

Baloiço de Óbidos - Fevereiro 2022
 

Outros Roteiros:


 
Nota: De referir que este roteiro (como os outros) pretendem ser apenas guidelines e não para serem obrigatoriamente cumpridos à risca. Cada visitante pode acrescentar ou retirar locais, fazer em mais ou menos dias. Numa escapadinha de um ou vários dias. Estamos, claro, disponíveis para ouvir conselhos e dicas para melhorarmos os nossos roteiros!
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