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Visitar Santarém

Atualizado: 3 de mar. de 2022

Existem duas principais razões para o povoamento do planalto de Santarém, a proximidade ao Rio Tejo e as terras férteis da lezíria. Os romanos chamaram-lhe Scalabis, e tornaram-na uma das mais importantes cidades da Lusitânia. A partir do séc. VIII, o domínio mouro reforçou o papel estratégico-militar e alterou-lhe o nome para Chanterein, antecedente do atual Santarém. Em 1147, D. Afonso Henriques, conquistou habilmente a cidade, marcando definitivamente o avanço da reconquista cristã, que chegou a Lisboa no mesmo ano.

Foi uma das cidades preferidas dos monarcas, desde a primeira dinastia. Durante a Idade Média, uma intensa atividade comercial e o estabelecimento da nobreza contribuíram para que atingisse o apogeu social e económico, o que se reflete nos diversos monumentos e edifícios da cidade. Foi uma época de grande opulência artística e cultural. Santarém foi residência real, capital do reino (1325-57) e, até ao séc. XV, local de reunião das Cortes por diversas vezes.

Em 1491, o infante D. Afonso, filho de D. João II e futuro rei, morre acidentalmente na Ribeira de Santarém. Este episódio iniciou o afastamento da família real e de alguma forma o declínio do investimento nesta localidade, que voltou a participar na História muito pontualmente. De referir que viveu em Santarém durante muitos anos Pedro Álvares Cabral, que descobriu o Brasil no ano de 1500.

Os seus habitantes têm o peculiar nome de Escalabitanos.

 

Como chegar?


Santarém fica a apenas 80 km de Lisboa, 120 de Coimbra e 250 do Porto. A ligação a qualquer uma destas cidades é feita pela Auto Estrada A1.

 

DIA UM:

O dia começa cedo. Existe muita coisa para ver e o roteiro que elaboramos é um pouco ambicioso.

Conhecida como a capital do gótico, no centro da cidade existem vários exemplos e estilos arquitetónicos.

A nossa visita começa no Jardim e Miradouro das Portas do Sol, autêntica varanda para o Tejo e para a lezíria.

Aqui encontram-se vestígios do antigo castelo dos mouros conquistado por D. Afonso Henriques e a Igreja de Santa Maria das Alcáçovas.

A 500 metros de distância encontramos as Igreja de Santa Maria da Graça e São João e a Torre das Cabaças.

Um pouco mais à frente pode-se visitar as Igrejas de Santa Maria de Marvila e da Misericórdia.

Há muito mais para ver mas o tempo não estica. Para o fim deixamos a Sé de Santarém ou Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Colégio dos Jesuítas e a Fonte das Figueiras.

Miradouro das Portas do Sol - Santarém - Junho 2021

Cerca de 30 km depois vamos visitar um dos nossos castelos favoritos - o Castelo de Almourol.

Erguido num afloramento de granito a 18 metros acima do nível das águas, numa pequena ilha de 310 metros de comprimento por 75 metros de largura, no médio curso do rio Tejo, um pouco abaixo da sua confluência com o rio Zêzere, à época da Reconquista integrava a chamada Linha do Tejo, atual Região de Turismo dos Templários. Constitui um dos exemplos mais representativos da arquitetura militar da época, evocando simultaneamente os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo.

É um dos mais emblemáticos castelos portuguesas e a sua imagem é conhecida mundialmente.

O acesso ao Castelo só pode ser feito de barco que funciona regularmente entre terça e domingo das 10h às 17h a um custo de 4€.

Castelo de Almourol - Junho 2021

Pouco mais de 20 km depois chegamos a Tomar. Vamos ao Aqueduto dos Pegões, uma estrutura com 6 km de extensão, 58 arcos e 30 metros de altura máxima. É possível subir e caminhar no cimo do Aqueduto.

Aqueduto de Pegões - Tomar - Junho 2021

Logo ao lado encontramos o Convento de Cristo (património da humanidade), um maravilhoso conjunto monumental constituído pelo Castelo Templário de Tomar e o convento da Ordem de Cristo da época do Renascimento. O facto de ter sido construído e ampliado ao longo de vários séculos fez com que este monumento se tornasse numa espécie de livro da História da Arte nacional, já que são vários os estilos arquitetónicos presentes.

Convento de Cristo - Tomar - Junho 2021

A seguir, há que visitar o centro de Tomar. A área urbana mais antiga, medieval, organiza-se em cruz, orientada pelos pontos cardeais e tendo um convento em cada extremo. A Praça da República, com a Igreja Matriz dedicada a São João Baptista marca o centro, tendo a oeste a colina do Castelo e do Convento de Cristo. Nas ruas em redor podemos encontrar lojas de comércio tradicional e o café mais antigo onde se podem apreciar as delícias da pastelaria local: queijadas de amêndoa e de chila e as tradicionais Fatias de Tomar, confecionadas apenas com gemas de ovos e cozidas em banho-maria numa panela muito especial, inventada por um latoeiro da cidade em meados do século passado.

A sul, o Convento de São Francisco, onde se pode visitar atualmente o curioso Museu dos Fósforos e, a norte, o antigo Convento da Anunciada. A este, no local do atual Museu da Levada, vemos as antigas moagens e moinhos que trabalhavam com a força do rio Nabão que atravessa a cidade. Numa das margens, fica o Convento de Santa Iria e nessa direção, um pouco mais longe, a Igreja de Santa Maria do Olival, onde se encontram os túmulos de vários templários, entre os quais o de Gualdim Pais, o primeiro mestre, morto em 1195.

Toda a cidade se organizou a partir deste núcleo, também palco de um dos maiores eventos tradicionais, a Festa dos Tabuleiros.

Ponte Velha - Tomar - Junho 2021

O calor já aperta e fazemos um desvio antes do próximo destino. Seguimos o Nabão e vamos à Praia Fluvial do Agroal.

Uma praia com bandeira azul, onde foi feita uma piscina de pedra de onde cai um apequena cascata que segue o curso do rio. Dispõe de excelentes condições, como parque de merendas, snack bar, estacionamento e até uma pensão.

Ótimo espaço para uma pausa para uma refeição e para um refrescante mergulho.

Praia Fluvial do Agroal - Junho 2021

Em seguida dizemos olá a Dornes, usualmente chamada de Península Encantada ou Terra Mítica dos Templários. Localizada no topo de uma península contornada pela albufeira do Rio Zêzere.

Considerada uma das 7 maravilhas de Portugal - Aldeias. A pequena localidade parece adormecida, as ruas empedradas e as casas pintadas de branco levam-nos até ao rio, à praia fluvial e à famosa Torre Templária de Dornes, que com a sua invulgar planta pentagonal é uma das imagens de marca da região.

O rio Zêzere espelhado pelo sol e o ar bucólico da aldeia já deixam saudades. Até sempre!

Baloiço do Barco - Dornes - Junho 2021
Dornes - Rio Zêzere - Junho 2021

DIA DOIS:

Neste segundo dia vamos seguir na Estrada Nacional 2 e circundar a Barragem de Castelo de Bode.

Não nos vai faltar água, portanto é um roteiro para fazer preferencialmente no calor do Verão. Começamos pelo Lago Azul, um paraíso aninhado na albufeira que nos deslumbra pela cor da água, a fazer lembrar cenários tropicais. Praia Fluvial, hotel, restaurante e um pequeno porto de onde parte uma embarcação (Barco São Cristóvão) que faz passeios turísticos pela barragem.

Lago Azul - Fevereiro 2022

Em Fevereiro de 2022 a Barragem encontrava-se com níveis de água anormalmente baixos devido a elevadas descargas para produção de eletricidade, ficando em alguns locais com um aspeto desolador.

Barragem Castelo de Bode - Fevereiro 2022

Esta zona é prodiga em miradouros, nesta margem temos o Miradouro do Castro e da Pedra da Malhada, passando a ponte o Miradouro da Seada e da Praia de Fernandaires, entre outros.

Miradouro da Pedra da Malhada - Fevereiro 2022
Miradouro do Castro - Fevereiro 2022
Miradouro de Fernandaires - Fevereiro 2022
Miradouro da Seada - Fevereiro 2022

Fugimos um pouco da barragem e vamos à praia Praia Fluvial de Cardigos.

Eleita "Estrela do Médio Tejo" na categoria património natural - Praias Fluviais. É um pequeno paraíso, com água super transparente, a fazer lembrar as piscinas mais tradicionais.

Churrasqueiras, snack bar, sombras e até areia fazem desta praia um excelente local para uma refeição e um mergulho refrescante.

Praia Fluvial de Cardigos - Fevereiro 2022

Não podia faltar um baloiço, aos moinhos existentes na aldeia de Entrevinhas juntou-se o Baloiço dos Moinhos. Uma bonita zona de lazer que proporciona uma paisagem fantástica.

Para o fim, fica a Praia Fluvial da Aldeia do Mato. Praia de bandeira azul, situada em plena albufeira de Castelo de Bode. Dotada de boas infraestruturas, esta zona tem ao seu dispor uma piscina flutuante, bar/cafetaria, balneários, parque de campismo e bungalows para pernoitar durante uns dias.


Um dia em redor da Barragem de Castelo de Bode, a segunda maior de Portugal. Cheio de atividades fluviais, com várias praias, ribeiras e cascatas.

Chega ao fim o Roteiro de Santarém, onde deixamos de fora parte da zona da Nacional 2

e a zona junto à Serra D' Aire e oeste do distrito, que vão ter um roteiro próprio. De referir que este roteiro pode ser feito nos dois dias (num fim de semana romântico) ou em várias escapadinhas. Até já!

 

Outros Roteiros:


 
Nota: De referir que este roteiro (como os outros) pretendem ser apenas guidelines e não para serem obrigatoriamente cumpridos à risca. Cada visitante pode acrescentar ou retirar locais, fazer em mais ou menos dias. Numa escapadinha de um ou vários dias. Estamos, claro, disponíveis para ouvir conselhos e dicas para melhorarmos os nossos roteiros!


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