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Visitar Alentejo - Rota de Évora

É um distrito português, pertencente à sub-região do Alentejo Central. Limita a norte com o distrito de Santarém e com o distrito de Portalegre, a leste com Espanha, a sul com o distrito de Beja e a oeste com o distrito de Setúbal. Trata-se do 2º maior distrito português em área.

A geografia física do distrito de Évora é bastante uniforme, com a planície a dominar a paisagem quase por completo, apenas com pequenas altitudes que na maior parte do território variam entre os 200 e os 400 m, interrompida aqui e ali por vales e por serras com vertentes pouco inclinadas e semeada de barragens relativamente extensas.

A grande exceção às planícies secas e extensas, é o vale do rio Guadiana, que atravessa a extremidade sueste do distrito, com especial destaque para a região de Alqueva, onde o vale chega ter mais de 100 m de profundidade relativamente aos terrenos circundantes. Por esse motivo, foi essa a localização escolhida para a represa da barragem de Alqueva - o maior lago artificial da Europa.

Monsaraz

Este distrito está subdividido em 14 concelhos, Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Portel, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas, Viana do Alentejo e Vila Viçosa.

As principais atividades são a agricultura, com destaque para o Vinho, a pecuária e a extração de mármore (o ouro branco do Alentejo).


Évora e sua região circundante têm uma rica história que recua mais de cinco milénios, como demonstrado por monumentos megalíticos próximos como a Anta do Zambujeiro e o Cromeleque dos Almendres. 
Segundo uma lenda popularizada pelo humanista e escritor eborense André de Resende (1500-1573), Évora teria sido sede das tropas do general romano Sertório, que junto com os lusitanos teria enfrentado o poder de Roma. O que se sabe com elevado grau de certeza é que Évora recebeu de Júlio César ou Octávio o nome de Liberalitas Júlia e que foi elevada por Vespasiano à categoria de município. A origem etimológica do nome Ebora é provavelmente proveniente do celta antigo ebora/ebura,  caso genitivo plural do vocábulo eburos (teixo), nome de uma espécie de árvore, pelo que o seu nome significa "dos teixos". 
Na época de Augusto (r. 27 a.C.-14 d.C.), Évora foi integrada à Província da Lusitânia e beneficiada com uma série de transformações urbanísticas, das quais o Templo romano de Évora - dedicado provavelmente ao culto imperial - é o vestígio mais importante que sobreviveu aos nossos dias, além de ruínas de banhos públicos. Na freguesia da Tourega, os restos bem-preservados de uma villa romana mostram que ao redor da cidade existiam estabelecimentos rurais mantidos pela classe senhorial. No século III, num contexto de instabilidade do Império, a cidade foi cercada por uma muralha da qual alguns elementos existem até hoje. 
O período visigótico corresponde a uma época obscura da cidade. Na época da dominação muçulmana, a cidade conheceu um novo período de esplendor económico e político, graças a sua localização privilegiada. As muralhas foram reconstruídas e um alcácer e uma mesquita foram construídos na área da acrópole romana.
A tomada de Évora aos mouros deu-se em 1166 pela ação do cavaleiro Geraldo sem Pavor, responsável pela reconquista cristã de várias localidades alentejanas. Inaugurou-se assim uma nova etapa de crescimento da urbe, que chegou ao século XVI como a segunda cidade em importância do reino. D. Afonso Henriques concedeu-lhe seu primeiro foral (carta de direitos feudais) em 1166, e em 1175/1176 estabeleceu na cidade os Freires de Évora (mais tarde Ordem de São Bento de Avis). Entre os séculos XIII e XIV foi erguida a Sé Catedral de Évora, uma das mais importantes catedrais medievais portuguesas, construída em estilo gótico e enriquecida com muitas obras de arte ao longo dos séculos. Além da Sé, na zona do antigo fórum romano e alcácer muçulmano foram erguidos os antigos paços do concelho e palácios da nobreza local. A partir do século XIII instalam-se na cidade vários mosteiros de ordens religiosas nas zonas fora das muralhas, o que contribuiu para a formação de novos centros aglutinadores urbanos. A área extra-muros contava ainda com uma judiaria e uma mouraria. O crescimento da cidade para fora da primitiva cerca moura levou à construção de uma nova cintura de muralhas no século XIV, durante o reinado de D. Dinis. As principais praças da cidade eram a Praça do Giraldo (originalmente Praça Grande) e o Largo das Portas de Moura e o Rossio. A Praça do Giraldo, sede de uma feira anual desde 1275, também foi local dos Paços do Concelho (desde o século XIV) e da cadeia. Com o tempo, especialmente a partir do século XVI, o Rossio passou a concentrar as feiras e mercados da cidade.
O século XVI corresponde ao auge de Évora no cenário nacional, transformando-se num dos mais importantes centros culturais e artísticos do reino. A partir de D. João II e especialmente durante os reinos de D. Manuel e D. João III, Évora foi favorecida pelos reis portugueses, que passavam longas estadias na urbe. Famílias nobres (Vimioso, Codovil, Gama, Cadaval e outras) instalaram-se na cidade e ergueram palácios. D. Manuel concedeu-lhe um novo foral em 1501 e construiu seus paços reais em Évora, em uma mistura de estilos entre o mudéjar, o manuelino e o renascentista. D. João III ordenou a construção da Igreja da Graça, belo templo renascentista onde planeou ser sepultado, e durante seu reinado foi construído o Aqueduto da Água de Prata por Francisco de Arruda. Nessa época viveram na cidade artistas como o poeta Garcia de Resende, os pintores Frei Carlos, Francisco Henriques, Gregório Lopes, o escultor Nicolau de Chanterene e eruditos e pensadores como Francisco de Holanda e André de Resende.
Em 1540 a diocese de Évora foi elevada à categoria de arquidiocese e o primeiro arcebispo da cidade, o Cardeal Infante D.Henrique, fundou a Universidade de Évora (afecta à Companhia de Jesus) em 1550. Um rude golpe para Évora foi a extinção da prestigiada instituição universitária, em 1759 (que só seria restaurada cerca de dois séculos depois), na sequência da expulsão dos Jesuítas do país, por ordem do Marquês de Pombal. Nos séculos XVII e XVIII muito edifícios importantes foram reformados ou construídos de raiz em estilo maneirista ("chão"). No património da cidade destaca-se a capela-mor barroca da Sé, obra do arquitecto Ludovice, e os muitos altares e painéis de azulejos que cobrem os interiores das igrejas e da Universidade.
No século XIX, Évora passou por muitas transformações urbanísticas, algumas de discutível qualidade. Na Praça do Giraldo, a cadeia e os antigos Paços do Concelho manuelinos foram demolidos e em seu lugar foi levantado o edifício do Banco de Portugal, enquanto que a sede do concelho foi transferida ao Palácio dos Condes de Sortelha, na Praça do Sertório. O Convento de S. Francisco também foi demolido (a igreja gótica foi poupada) e em seu lugar foi construído um novo quarteirão habitacional e um mercado. No lugar do Convento de S. Domingos foi erguido o Teatro Garcia de Resende (c. 1892). As muralhas medievais foram em grande parte preservadas, mas das antigas entradas apenas a Porta de Avis foi mantida. No século XX foi construído um anel viário ao redor do perímetro da muralha, o que ajudou na sua preservação.
Évora é testemunho de diversos estilos e correntes estéticas, sendo ao longo do tempo dotada de obras de arte a ponto de ser classificada pela UNESCO, em 1986, como Património Comum da Humanidade.
 

Como chegar?

O distrito está dotado de bons acessos. De Lisboa a Évora são pouco mais de 130 km, que podem ser feitos pela Autoestrada A6 ou pela mais bucólica Nacional 2. Já dentro do distrito a Nacional 4, a N255, N254 e N256 fazem um circuito perfeito pelos principais pontos do distrito de Évora.

 

Dia 1:

Montemor-o-Novo -> Arraiolos -> Évora Monte -> Estremoz -> Borba -> Vila Viçosa

 

Montemor-o-Novo


Entramos no distrito de Évora pela EN2 e as ruinas do castelo marcam a paisagem.

O acesso ao castelo é feito pela Porta da Vila, também conhecida por Porta Nova ou Porta de Santarém, em direção à Torre do Relógio, seguimos até ao topo, onde ficamos deslumbrados com a vista privilegiada sobre a alcáçova, ou Paço dos Alcaides, datada do século III e hoje em ruínas.

Depois, seguimos pelo traçado quase triangular da muralha dionisina que nos conduz à visita das Igrejas de São João Batista e de Santiago, bem como as ruínas da Igreja de Santa Maria do Bispo e ao Convento da Saudação, onde pode admirar os bonitos claustros joaninos, painéis de azulejos ou frescos do coro baixo.

Pelo caminho passamos na Torre da Má-Hora, que segundo a lenda, terá recebido o seu nome por um mouro se ter esquecido de fechar a Porta do Sol, uma noite. Aproveitando este descuido, o exército de D. Afonso Henriques, que sitiava a fortificação islâmica naquela época, conquistou Montemor-o-Novo aos muçulmanos.


Arraiolos


A terra dos tapetes e do castelo circular.

Feitos sob tela de algodão e tecidos com lã pura tingida, os tapetes de Arraiolos são tapeçarias cuja técnica específica faz com que a costura tenha a característica de pontos cruzados.

O ponto é chamado de Ponto de Arraiolo, daí o nome do estilo dos tapetes. A tradição é passada de geração para geração e traz as características culturais de cada época refletidas nos desenhos criados na tapeçaria. Feitos à mão por bordadeiras, os tapetes de arraiolos são considerados patrimônio do país.

O Castelo é um dos únicos do mundo com planta circular. A igreja no interior da muralha completa uma imagem que nos fica na memória pela sua beleza e simplicidade.


Évora Monte


Na zona mais baixa da vila vive-se um clima de modernidade, com comércio local e casas de cimento, pintadas de branco e amarelo.

Ao subir a Serra d’Ossa, rumo à vila fortificada e ao castelo de Évora Monte, notará a forma dominante e imponente como a muralha se entrelaça com a encosta, formando um aglomerado militar bastante eficaz. Ao longo da subida foram construídas algumas infra estruturas tão em voga, as letras com o nome da vila, o baloiço ou o banco em forma de coração.

O castelo em si, implantado num dos pontos mais altos da Serra d’Ossa, remonta também à Reconquista e a Geraldo Sem Pavor. Um feito arquitetónico distinto de tantos outros da sua época, o Paço fortificado é fruto da reconstrução do castelo original, após o terramoto de 1531.

É uma das perolas da arquitetura militar portuguesa. Ao chegar, os quatro torreões circulares dispostos num perímetro quadrangular, de alvenaria de pedra e cantaria de granito, deixam-nos maravilhados com os seus extraordinários nós pétreos que se entrelaçam a meio das quatro faces do Paço. O estilo limpo e pouco adornado remete-nos para a sua função principal, a defesa da vila, com canhoeiras e frestas de tiro estrategicamente posicionadas. É um monumento único que nos faz lembrar os castelos de areia que fazíamos em miúdos.

Castelo de Évora Monte

Por volta da década de 1160, decorria a Reconquista de Portugal aos Mouros e a zona do Alentejo figurava-se como uma das mais difíceis para as tropas de D. Afonso Henriques. Foi exatamente nesta altura que Geraldo Geraldes, mais conhecido por Geraldo Sem Pavor (sim, aquele que daria nome à conhecida Praça do Giraldo), se ofereceu ao Rei para auxiliá-lo na retoma das terras alentejanas perdidas para os sarracenos.
Geraldo Sem Pavor, tal como o lendário Robin Hood, liderava, então, um grupo de salteadores e proscritos e foi a figura fundamental na conquista aos Mouros de Évora, Evora monte e localidades vizinhas. A sua coragem e audácia sem limites tornaram-no numa lenda bem viva até aos dias de hoje, não só em Evora monte, mas também em Évora e por todo o Alentejo.

Estremoz


A entrada para a "Cidade Branca" do Alentejo é feita por uma das quatro portas que trespassam as muralhas do Castelo: Porta de Santo António, Porta de Santa Catarina, Porta dos Currais (ou de Nossa Senhora dos Mártires) e Porta de Évora (ou Porta Falsa).

A cidade de Estremoz está dividida em duas zonas bem distintas, uma é a zona baixa e comercial, chamada “vila nova”, que se prolonga pela área plana da cidade, a outra, a “cidade velha”, situa-se na zona alta, junto ao Castelo, onde se chega por entre ruas labirínticas e sinuosas.

O Castelo de Estremoz, construído no século XIII entre os reinados de D. Afonso III e de D. Dinis, é uma das imagens de marca da cidade. Foi apenas no reinado de D. Sancho II que o castelo passou definitivamente para o domínio português. Foi também durante este reinado que sofreu obras de reconstrução, que tiveram continuidade nos reinados posteriores.

Do castelo de Estremoz destaca-se a imponente Torre de Menagem, ou Torre das Três Coroas, com cerca de 28m de altura, feita de mármore claro. É considerada uma das mais belas Torres de Menagem de Portugal. Este castelo serviu ainda de quartel-general às tropas de D. Nuno Álvares Pereira, na Batalha dos Atoleiros, em 1384.

Com D. Dinis procedeu-se à construção do Paço Real de Estremoz. Aqui viveu este rei desde 1281, por alturas do seu noivado com D. Isabel de Aragão, mais tarde Rainha Santa Isabel. Foi aqui que viveram e foi aqui que viria a morrer a Rainha Santa, em 1336. Junto à torre de menagem foi erigida uma estátua em sua homenagem.

Entre 1967 e 1969, o antigo Paço Real sofreu uma grande intervenção, a fim de requalificar o espaço. É agora a Pousada do Castelo de Estremoz (antiga Pousada Rainha Santa Isabel), uma das mais majestosas e luxuosas de Portugal.

Castelo de Estremoz

Borba


Pequena cidade alentejana, de pitorescas casas brancas, insere-se na rica zona dos mármores e da Rota dos Vinhos do Alentejo. É famosa pelo seu vinho tinto e as Adegas Cooperativas assumem um papel importante na economia da região. Uma visita e prova de vinhos numa das caves é obrigatória.

A pequena muralha e centro histórico merecem também um passeio calmo e pormenorizado.

Castelo de Borba

Vila Viçosa


Conhecida como a “Princesa do Alentejo”. Apesar de pequena, é uma das mais castiças e encantadoras joias do Alentejo, uma verdadeira “vila-museu”.

O nome deve-se à fertilidade dos solos e aos encantos do seu território.

Esta vila alentejana é a terra de uma das mais ilustres poetisas portuguesas, Florbela Espanca. A autora escreveu extraordinárias obras de arte da nossa literatura e foi pioneira do movimento feminista em Portugal.

O Palácio Ducal de Vila Viçosa é um esplendoroso palácio real, exemplar sem igual da nossa arquitetura. É um edifício de estilo maneirista, com uma fachada totalmente revestida a mármore da região, com cerca de 110 metros de comprimento. Imponente e esplendoroso, podemos imaginar antigas damas da corte a entrar para uma festa da realeza, com os seus vestidos e cabelos glamorosos, enquanto os condutores, nos seus coches, aguardavam pacientemente pelo seu regresso.

Palácio Ducal Vila Viçosa

Depois do Paço Ducal, o Castelo de Vila Viçosa. No interior das suas muralhas, na antiga capela gótica de Nossa Senhora do Castelo, pode encontrar o Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, padroeira de Portugal, com a sua imagem original. Uma curiosidade: as vestes ricas das rainhas e outras damas da Casa Real foram usadas para vestir a imagem da padroeira, desde 1820.

Mesmo ao lado, no cemitério, repousam os restos mortais da imortal Florbela Espanca. Finalmente, ainda dentro do Castelo de Vila Viçosa, pode ir à descoberta do Museu da Caça e do Museu de Arqueologia.

Castelo de Vila Viçosa

Cá fora, uma subida às muralhas do Castelo vai dar-lhe a oportunidade de ver do alto todo o circuito urbano da vila. Contemple a Igreja de São Bartolomeu ao longe e a praça principal carregada de viçosas laranjeiras que espalham o seu perfume na atmosfera da Vila.

A vila combina na perfeição, a atmosfera medieval e mais tarde monárquica, com a juventude presente nas esplanadas que se multiplicam na Praça da República.

 

Dia 2:

Alandroal -> Terena -> Redondo -> Reguengos de Monsaraz -> Mourão -> Aldeia da Luz

 

Alandroal


O Alandroal é uma pequena vila que se ergue numa colina a 341m de altitude. É um concelho de castelos, para lá do Alandroal, os de Terena e Juromenha são de visita obrigatória.

O nome de Alandroal deve-se a neste concelho crescerem aloendros, cuja madeira é usada no artesanato local. Salientam-se ainda os trabalhos feitos em cortiça, pele e chifre.

No Alandroal visitamos o muito bem restaurado Castelo e a sua Torre do Relógio. O centro histórico convida a um passeio matinal pelas suas ruas de pedra. Da vila à Juromenha são 15 minutos de carro (qualquer coisa como 16 km).

Castelo do Alandroal

A Fortaleza de Juromenha, hoje em dia bastante degradada, quase ao abandono, mas que em tempos foi uma importante sentinela para os avanços das forças espanholas. Foi durante anos o Guarda do Guadiana e o primeiro obstáculo dos inimigos da outra margem do rio, em especial de Vila Real e Olivença.

Regressamos ao Alandroal, em direção ao Castelo de Terena. No caminho podemos visitar os famosos caracóis de Bordalo II e o mural de Vhils, na N255.

Terena, também conhecida por São Pedro ou São Pedro de Terena, é caracterizada pela bonita arquitetura alentejana, de casas brancas com faixas coloridas, de ruas estreitas e de pedra e pelo altaneiro Castelo nos proporciona uma vista fantástica.

Castelo de Terena

Redondo


Redondo é conhecido pelos seus vinhos de indiscutível qualidade, resultantes das melhores castas da região.

Encontra-se envolvido pela imensa planície alentejana e pela deslumbrante beleza da Serra D’Ossa, que se ergue altiva e imponente. As suas paisagens revelam-nos os característicos montados e as vastas vinhas. A Serra D’Ossa ficou conhecida na História como Monte-de-Vénus e Serra dos Hossenos ou dos Hossios. Este último nome surgiu por volta dos anos 40 a 45 quando os primeiros cristãos chegaram à região. É do cume desta serra, sem igual na região, que pode observar e desfrutar de uma paisagem única sobre a magnífica planície alentejana.

Oportunidade para percorrer o novo Percurso Pedonal da Serra d’Ossa, que soma cerca de quilómetro e 700 metros de extensão, com um passadiço em madeira com cerca de 400 metros e 300 degraus, que serpenteiam a Serra d’Ossa entre a fauna e flora locais, junto a muros de pedras de xisto.

Às portas do Redondo, o percurso pedonal faz a ligação entre o centro histórico da Aldeia da Serra e a Ermida de Nossa Senhora do Monte da Virgem, passando pelo interior de um vale.

Na vila o Castelo e a zona envolvente pedem um passeio calmo, finalizado com uma bebida fresca numa característica "venda alentejana".

Castelo do Redondo

Reguengos de Monsaraz


A história de Reguengos confunde-se ao longo dos séculos com a de Monsaraz, uma vez que os limites do concelho foram os mesmos até 1838, ano em que a sede concelhia passou para Reguengos, facto que contribuiu para o seu desenvolvimento.

Região de vinhos de grande qualidade, a adega cooperativa pede uma visita para uma prova do famoso néctar.

O estilo neogótico e a combinação da pedra com o branco da cal conferem à Igreja Matriz, no centro da vila, um ar romântico e peculiar.

A meio caminho de Monsaraz, paramos no Corval ou São Pedro do Corval, a capital da Olaria. Existem atualmente mais de vinte olarias de fabrico artesanal. Por isso, tem a maior concentração de olarias em Portugal e uma das maiores na Península Ibérica.

As paredes exteriores das casas, decoradas com peças de olaria dão uma cor única a esta pequena localidade.

À saída da aldeia, uma pequena paragem na peculiar Rocha dos Namorados, um menir de devido à sua forma em cogumelo e por estar profundamente enterrado no solo, está intimamente ligada à ideia de fertilidade.

Assim, em cada segunda-feira de Páscoa, a tradição manda que todas as moças em idade casadoira consultem o sábio menir quanto ao seu casamento. As meninas solteiras atiram pedras e tentam acertar na base do topo do monólito. Cada pedra que cai do menir representa um ano de espera pelos seus futuros matrimónios.

De seguida, Monsaraz. A vila medieval deixa-nos encantados, queremos ficar ali, naquele lugar onde o tempo parou, onde tudo parece ter sido desenhado como numa obra prima de um grande pintor.

Feita numa mistura entre o branco das casas e o xisto das ruas, conta-nos histórias de outros tempos e leva-nos a imaginar histórias de reis, de donzelas em perigo, cavaleiros e gentes de coragem.

Uma das 7 Maravilhas de Portugal - Aldeias, leva-nos a um passeio nos tempos, entramos nas muralhas, por ruas bem cuidadas, até ao Castelo, onde a vista sobre o Alqueva e a planície alentejana é deslumbrante.

Após um passeio demorado nas ruas da vila, descemos até ao Cromeleque do Xarez e damos um salto rápido ao Alqueva e à Praia Fluvial de Monsaraz.


Mourão


Banhado pelas águas do Guadiana, a pequena cidade manteve uma posição estratégica, a apenas 7 km da vizinha Espanha.

O imponente castelo, no topo da colina, guarda Mourão e os seus habitantes desde o ano de 1343. A Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias foi integrada nas muralhas.

Nos últimos anos e com a construção da Barragem do Alqueva, tornou-se procurada por adeptos das práticas aquática, como a pesca, os passeios de barco ou o simples mergulho na praia fluvial.


Aldeia da Luz


Em fevereiro de 2002 as comportas do Alqueva fecharam, a água começou a subir e nasceu o maior lago artificial da Europa. A Aldeia da Luz original ficou submersa mas a sua história não se apagou. A nova Aldeia da Luz foi construída de forma a manter no essencial as características da aldeia antiga.

Foram construídas 212 casas, ruas, largos, estradas, lojas, bar, escola, centro de saúde, praça, mercado, jardim público e até mesmo cemitério.

Foi igualmente construído o Museu da Luz de forma a eternizar a história deste aldeia.

É interessante visitar a nova aldeia mas também seguir a estrada que acaba junto à agua onde existia a antiga aldeia.

 

Dia 3:

Amieira - Portel - Viana do Alentejo - Évora

 

Amieira


Aldeia pacata situada num vale entre a ribeira da Amieira e o rio Degebe, é hoje uma aldeia ribeirinha do grande lago Alqueva.

O nome “amieira ou amieiro” que significa “árvore frequente nas terras húmidas”, pode estar na origem do nome desta freguesia. A proximidade da água de vários ribeiros, e especialmente do rio Degebe, tornaria húmidas aquelas terras permitindo a abundância de vegetação própria, nas quais se incluiriam os amieiros. Esta designação natural poderá ter passado a identificar o lugar, juntamente com o nome atribuído à paróquia: Nossa Senhora das Neves da Amieira.

É um dos locais especialmente beneficiado com a construção do Alqueva. A Praia Fluvial é hoje um ponto de grande atração para os turistas e habitantes locais.


Portel


Terra de vários encantos e tradições. Localizada entre a serra e o lago do Alqueva. O tradicional casario branco é vigiado pelo imponente castelo que em tempos serviu de barreira aos avanços das tropas inimigas.

Hoje, Portel é uma porta de entrada para o grande lago e para inúmeras aventuras de verão.


Viana do Alentejo


O Castelo, com uma posição dominante sobre a vila é, talvez o monumento mais antigo do concelho. Considerado um dos mais importantes conjuntos arquitetónicos fortificados do final do período gótico, é um marco histórico-cultural notável. Funciona como o ponto principal de onde irradiam as várias ruas da vila.

O Santuário de Nossa Senhora d’Aires, já fora do centro da vila, construído em mármore e granito, é de visita obrigatória. No meio de uma extensa planície, ergue-se vaidoso das suas formas e tons brancos e amarelos. Orgulhosamente só marca a paisagem pela sua beleza singular.

Viana do Alentejo - Igreja de Nossa Senhora de Aires

Évora


Guardámos a capital para o fim e se calhar o melhor. A cereja no topo do bolo.

Templo Romano (ou de Diana), Capela dos Ossos, Praça do Geraldo, a Catedral e mais, muito mais para ver em Évora - Património Mundial da Humanidade, desde 1986.

Deixamos o carro junto às muralhas, mesmo ao lado da Arena. Entramos no Jardim Públicos e nas suas Ruinas Fingidas. São fingidas porque foram construídas com materiais arquitetónicos das ruínas de vários monumentos provenientes de toda a cidade, sobretudo restos de janelas geminadas de estilo manuelino-mudéjar. São parte integrante de uma torre e troço da muralha medieval.

Estas “ruínas” são o habitat favorito de vários pavões, que ajudam à imagem romântica de um jardim do seculo XIX.

A Capela dos Ossos fica logo a seguir e recebemos com uma mensagem simples “Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”. Parte integrante da Igreja de São Francisco, as suas paredes e os oitos pilares que a constituem encontram-se revestidos com ossos e crânios humanos, cuidadosamente dispostos, ligados por cimento pardo. As abóbadas são de tijolo rebocado a branco e pintadas com motivos que simbolizam ou aludem à morte. Para além das ossadas, a Capela dos Ossos, está também decorada com estátuas de cariz religioso e uma pintura estilo renascentista e barroco.


Calcula-se que sejam cerca de 5000 as caveiras humanas que ali se encontram, entre inúmeros ossos, provenientes das sepulturas da igreja do convento e de outras igrejas e cemitérios da cidade.
No século XVI existiam perto de quarenta e dois cemitérios monásticos na cidade, os quais ocupavam demasiado espaço. Em jeito de solução, aqueles monges extraíram os ossos do chão e utilizaram-nos para construir e “decorar” esta capela.
A Capela dos Ossos é um monumento de arquitetura penitencial. Dedicada ao Senhor dos Passos, imagem conhecida dos eborenses como Senhor Jesus da Casa dos Ossos. Esta imagem representa de forma impressionante e vívida o sofrimento de Cristo na sua caminhada até ao calvário com a cruz às costas.

Um pouco mais acima encontramos a mais famosa Praça da cidade, a do Giraldo. Diz-se que em Évora todos os caminhos vêm dar aqui. É hoje o ponto de encontro privilegiado da cidade, as suas esplanadas permitem momentos deliciosos de confraternização e contemplação dos vários monumentos em redor da praça, a fonte, a igreja ou as arcadas.

A Sé Catedral de Évora é a maior catedral medieval de Portugal. Igreja fortificada de traça gótica, iniciada em 1186, consagrada em 1204, e desde logo usada como um dos grandes templos do culto mariano, só ficou pronta em 1250. É um monumento que exibe a transição do estilo românico para o gótico, com posteriores adições renascentistas e barrocas.

A fachada é flanqueada por duas torres, ambas do período medieval, estando os sinos colocados na torre sul. Na torre norte, encontra-se parte do valioso tesouro pertencente ao Museu de Arte Sacra, com peças únicas de valor incalculável.

O seu interior é lindíssimo com inúmeras obras de destaque mas subir ao terraço e visitar o claustro gótico é o momento alto da visita. Alto em todos os sentidos, uma vez que a Sé está implantada no seu ponto mais elevado da cidade.

Ex-libris da cidade o Templo Romano é a próxima paragem.

De forma incorreta, ainda hoje esta construção com cerca de 2000 anos é conhecida como Templo de Diana por muitos portugueses e mesmo eborenses. A confusão explica-se, talvez, devido a uma lenda criada no século XVII que associava a construção do “Templo de Diana” em Évora em honra da deusa romana da caça.

A História viria a revelar que, na verdade, o Templo Romano de Évora foi erigido para prestar homenagem ao Imperador Augusto, venerado como um deus, fazendo parte daquilo que seria o fórum romano. Foi modificado nos dois séculos que se seguiram (II e III d.C.) e destruído em parte no século V, aquando da invasão dos povos bárbaros.

Deixamo-nos guiar pela ruas e calçadas da cidade, por ruinas e muralhas, por jardins e miradouros. Évora é uma cidade museu, em cada pedra existe uma história, em cada esquina uma lenda, em cada rua um mito do antigamente.

Aqui podemos soltar a imaginação e criar fantasias sobre tempos passados e que apenas em locais como este fazem sentido.

 

Outros Roteiros:


 
Nota: De referir que este roteiro (como os outros) pretendem ser apenas guidelines e não para serem obrigatoriamente cumpridos à risca. Cada visitante pode acrescentar ou retirar locais, fazer em mais ou menos dias. Numa escapadinha de um ou vários dias. Estamos, claro, disponíveis para ouvir conselhos e dicas para melhorarmos os nossos roteiros!
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