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Visitar Parque Nacional da Peneda Gerês

No extremo noroeste de Portugal, entre o Alto Minho e Trás-os-Montes, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) abrange território de 22 freguesias distribuídas pelos concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro, nos Distritos de Braga, Viana do Castelo e Vila Real. O seu perímetro territorial abrange todo um vasto território florestal que se estende desde a Serra da Peneda até a Serra do Gerês - daí a sua designação -, englobando ainda a Serra do Soajo e a Serra Amarela. Sendo recortado por dois grandes rios, o Rio Lima, o Cávado e os seus afluentes Homem, Gerês, Fafião, Cabril, Laboreiro, Varziela e Veiga.

É a única área protegida portuguesa classificada como Parque Nacional e forma em conjunto com o parque natural espanhol da Baixa Limia - serra do Xurés, desde 1997, o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés e é Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO.

Existem vários pontos de interesse, religiosos (Santuário da Senhora da Peneda e São Bento da Porta Aberta), históricos (existem vários trechos da antiga estrada romana que ligava Braga a Astorga - a Geira e os castelos de Castro Laboreiro e do Lindoso) e claro, naturais (com a presença de vários trilhos, cascatas, lagos, lagoas ou poços).

O PNPG é sem duvida um lugar paradisíaco para os amantes da natureza e da aventura. Pontes medievais, montanhas imponentes, cascatas fantásticas, trilhos maravilhosos, matas deliciosas, aldeias rusticas, vales, tradições, histórias e paisagens de cortar a respiração. Um mundo à nossa espera. De ser descoberto e de nos maravilhar!

 

Como chegar? Como Fazer?


Existem 5 portas de entrada no Gerês:

  • Porta de Montalegre

  • Porta de Lamas de Mouro (Melgaço)

  • Porta de Mezio (Arcos de Valdevez)

  • Porta do Lindoso (Ponte da Barca)

  • Porta de Campo do Gerês (Terras de Bouro)

A nossa rota vai ser feita por cada uma destas portas. Vamos explorar o PNPG através dos 5 pontos de acesso ao parque. Para isso não estabelecemos prazos diários ou metas para completar a rota. Cada um pode fazer ao seu ritmo e na época que mais gosta. Até porque é impossível conhecer o PNPG na sua totalidade colocando metas temporais para a visita.

 

| Porta de Montalegre |

Montalegre -> Pitões da Júnias -> Cascata de Cela Cavalos -> Ponte da Misarela -> Cascata de Pincães -> Fafião -> Cascata de Fecha de Barjas

 

Montalegre


A Paisagem é o tema desta Porta, integrada no Ecomuseu de Barroso. Mesmo no centro na vila, lado a lado com o castelo medieval.

Castelo de Montalegre

Montalegre é palco de uma das maiores festas populares do pais. A Noite das Bruxas é festejada a cada Sexta Feira, 13. Todas as entradas da vila e o Centro Histórico são enfeitados com figuras de bruxas e outros adereços alusivos ao mítico dia. O comércio local enche-se de feiticeiras, diabos, morcegos e outras figuras associadas ao fantástico. A  animação de rua é grande, com artistas, população e visitantes vestidos a rigor como bruxas, diabos ou outra figura horripilantes.
O orgulho é tanto que na freguesia de Vilar de Perdizes foi construído o Baloiço "Que as há...há".

Pitões das Júnias


O mais alta aldeia da região do Barroso, a 1200 metros de altitude, faz fronteira com Espanha a norte e com a Serra do Gerês a noroeste. É uma magnifica aldeia de casas de pedra, encaixada de forma harmoniosa nas fragas rochosas das montanhas.

É um local onde é obrigatório usufruir do silêncio, da natureza e da tradição.

Pitões das Júnias

Depois de ficarmos maravilhados com a vista para a aldeia e as montanhas que a rodeiam, de passearmos pelas rusticas ruas empedradas seguimos para o Mosteiro de Santa Maria das Júnias. Para lá chegar, terá de seguir a estrada, a partir da aldeia de Pitões das Júnias, até um estacionamento, depois é preciso seguir a pé uns 400 metros. A magia única do local compensa o esforço.

Desde meados do seculo XIX que se encontra abandonada e o desgaste do tempo já se faz notar, por isso é necessário algum cuidado durante a visita. Nas redondezas existe uma ribeira e uma pequena ponte de madeira. Os arcos de pedra do interior do mosteiro são um dos principais alvos das objetivas dos visitantes.

De regresso ao carro, seguimos alguns metros até novo estacionamento. Chegamos aos Passadiços da Cascata de Pitões das Júnias.

A Cascata de Pitões das Júnias é uma queda de água com mais de 30 metros. As águas do Ribeiro de Pitões precipitam-se em vários patamares criando fantásticas quedas de água. No verão a cascata não é tão imponente como no inverno, quando o caudal do ribeiro aumenta consideravelmente, ainda assim vale a pena o esforço.

Para lá chegar é preciso descer uns passadiços em madeira até chegar ao miradouro onde se avista a cascata. A vista é soberba, o silêncio apenas quebrado pelo sons dos pássaros e pela água a bater nas rochas, é de ouro. Depois é preciso subir e a subida é ingreme e exigente.

Cascata de Cela Cavalos


Esta é uma das mais secretas cascatas do Gerês, até porque o acesso não é dos mais fáceis e conhecidos.

É o refúgio perfeito para relaxar a dois (embora já seja um local muito visitado). Encontra-se escondida entre Cela e Lapela, dois povoados de montanha, localizados no Concelho de Montalegre. Para lá chegar, quem vem de Cabril, é seguir pela estrada M308 até à pequena localidade de Lapela. Uma vez na aldeia, estacione o carro junto ao café e siga a pé pelo caminho paralelo ao parque de estacionamento privado. A partir daí, é só ir descendo pela estrada de terra batida com menos de 2 km de extensão. Por Cela, é estacionar junto à Capela de Santa Luzia e seguir o trilho até à cascata.

Não é fácil, principalmente com calor, mas um mergulho nas suas águas límpidas são recompensa mais do que suficiente.

Para explorar as várias lagoas existe um pequeno caminho, do lado direito da cascata, junto a um velho moinho de água em ruínas, que permite subir até ao topo da queda de água, onde se esconde uma fantástica lagoa.


Ponte de Misarela


Está implantada no fundo de um desfiladeiro escarpado, assente sobre os penedos e com alguma altitude em relação ao leito do rio, sendo sustentada por um único arco com cerca de 13 metros de vão.

Foi erguida na Idade Média e reconstruída no início do século XIX. Existem várias lendas, ou mitos, sobre esta ponte, que lhe valeu vários cognomes como Ponte do Diabo ou Ponte da Fertilidade.

Na aldeia do Ferral seguir até à Capela de Misarela. Seguir a pé perto de 1 km num trilho que incluí a estrada romana.

Ponte da Misarela

Lenda da Ponte do Diabo ou Ponte da Fertilidade
Conta-se que em tempos que já lá vão, um homem, fugitivo da justiça, vivia escondido entre arvoredos e rochas, junto ao rio Rabagão. Um dia foi descoberto e queria fugir, mas como não conseguia passar o dito rio, devido à altura e às lajes que o rodeavam, desnorteado exclamou: – “Por Deus ou pelo diabo, havia de me aparecer aqui uma ponte!” Para espanto do homem, no mesmo instante apareceu a ponte e o diabo em cima da mesma disse: – “Deixo-te passar, mas com a condição de me venderes a tua alma.” O homem como estava aflito, disse-lhe que sim e lá passou. Tempos depois, arrependido, foi-se confessar a um padre e contou-lhe o que se tinha passado. O padre decidiu então ir resgatar aquela alma ao diabo. Para isso arranjou uma caldeira com água-benta e ao chegar ao tal sítio fez tal e qual o fugitivo, e, nesse mesmo instante, apareceu-lhe o diabo. O padre ao ver o diabo, aspergiu-lhe água benta com um ramo que cortou do arvoredo e nesse mesmo momento o diabo deu um estouro e deixou no ar um cheiro diabólico.
Como a ponte ficou benzida, o povo começou a acreditar que lá se poderiam operar milagres. Havendo muitas mães que não conseguiam vingar os filhos, a partir daquele momento, o casal que sentia que a mulher estava grávida, ia, e vai, para lá antes da meia-noite, leva uma corda e um copo, acende uma fogueira de lume no meio do arco da ponte e espera até passar a 1º pessoa para lhe batizar o filho no ventre materno. Se não aparecer ninguém de noite têm que esperar até que surja alguém, mesmo que seja dia. Enquanto não for batizado, o homem, pois a mulher não pode sair do meio do arco da ponte, enxota todos os animais ou a pessoa que por lá queira passar e não queira fazer o batizado. Quando por fim aparecer alguém que lhe queira batizar o filho, homem e mulher, pega na corda enrolada no copo e colhe água que passe debaixo da ponte. Se por acaso o casal se esquecer de levar a corda, o padrinho ou a madrinha pega no copo, vai de volta e colhe água debaixo da ponte, custe o que custar, começando depois o batizado. O padrinho ou madrinha diz: – “Eu te batizo criatura de Deus, pelo poder de Deus e da Virgem Maria. Se fores rapaz serás Gervaz(io), se fores rapariga Senhorinha.” A mulher que anda grávida desaperta a saia e é-lhe deitada água na barriga. O padrinho continua: – “Agora vamos rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria.” Rezam o Pai Nosso e a Ave Maria, mas não se diz o Amém na Ave Maria.
Diz a lenda que todos os fetos que forem lá batizados não morrem. Se morrer, o primeiro pedido que faz a Deus é pelos padrinhos, o segundo é pelo pai e o terceiro é pela mãe. Ao que parece, ainda hoje existem muitas mulheres que acreditam na lenda e não se importam em passar lá noites e noites para ver se conseguem vingar o seu filho.

Ponte da Misarela

Cascata de Pincães


A meio caminho entre as aldeias de Cabril e do Fafião, fica Pincães, localidade onde vamos encontrar a magnifica cascata com o mesmo nome. Do centro da aldeia até à cascata são mais ou menos 2 km (4 ida e volta) num terreno relativamente fácil e com algumas sombras simpáticas nos dias de verão. A primeira parte é em terra batida, depois de um moinho abandonado encontramos uma levada que nos leva quase até ao final do percurso. Existe uma altura em que o percurso se divide mas ambos os caminhos vão dar à cascata. Os últimos 300 metros são algo complicados, num caminho com algumas subidas e muita pedra.

A cascata é das mais seguras do Gerês, uma vez que apenas existe uma lagoa (que não é muito grande), também por isso no verão tem sempre muita gente e por vezes é preciso esperar bastante para a fotografia da praxe.

Cascata de Pincães

Fafião


Nos últimos tempos a aldeia de Fafião entrou na rota de boa parte dos visitantes do Gerês. De aldeia escondida no meio da serra, passou a ser visitada por milhares de turistas. A "aldeia dos lobos" já era famosa pela proximidade de algumas cascatas, poços e lagoas do Gêres, mas a construção do fotogénico miradouro e a recuperação do Fojo dos Lobos colocaram-na de forma definitiva nas bocas do mundo.

O miradouro é verdadeiramente espetacular, com vista de 360º pode-se ver o Gerês e o Rio Cávado, mais propriamente a Barragem de Salamonde.

Miradouro de Fafião

No interior da aldeia o Fojo do Lobo é a atração, armadilha criada para capturar e matar os lobos que se aventuravam a entrar na aldeia.

Lobo de Fafião

Existem também duas estátuas do Lobo de Fafião, uma do lado da barragem e outra na estrada que segue para os Poços de Fafião. À saida da aldeia e ao chegar à ponte sobre o rio Fafião encontramos uma série de lagoas em ambas as margens da ponte. É um local de fácil acesso e que permite um mergulho refrescante.

Candidata às 7 Maravilhas da Cultura Popular, a ancestral Vezeira da Rês ainda se pratica na aldeia. Na vezeira da aldeia de Fafião participam os Herdeiros de várias casas. Atualmente é formada por gado caprino e gado bovino. A vezeira percorre os terrenos baldios da aldeia de Fafião situados no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Uma das regras mais importantes da vezeira é aquela que estabelece as datas para a subida e a descida dos animais de e para a serra. O gado sobe no mês de maio e, por regra, desce no dia 29 de setembro. No primeiro domingo de maio faz-se o Chamado, a reunião cujo objetivo principal consiste em marcar o dia da subida e que, por norma, é sempre num sábado. Quando se faz a subida da vezeira para os baldios de Fafião, todos os Herdeiros, também chamados Sócios ou Vizinhos, sobem à serra para fazer os trabalhos necessários para a conservação das estruturas de apoio da Vezeira, como a limpeza dos trilhos por onde passam os pastores e os animais, a reparação das cabanas dos pastores e a limpeza dos fornos. 
Existem áreas, designadas por Malhadas, onde o gado pasta um determinado número de dias, antes de se mudar para a malhada seguinte. Cada malhada tem currais que correspondem à cabana do pastor e ao forno, juntos dos quais o gado costuma pernoitar.
Apesar das regras da Vezeira serem tomadas por maioria, os Herdeiros esforçam-se para que as decisões que sustentam essas regras sejam consensuais. 
Uma das regras estruturais da Vezeira tem a ver com o número de dias que cabe a cada Sócio guardar o gado na serra. Esse número é estabelecido em função do número de animais de que é proprietário. 
Deste modo, num ciclo, quem tem duas vacas tem de guardar o gado um dia; aos que têm quatro vacas, correspondem dois dias. Os que têm três vacas, num ciclo guardam dois dias e, no ciclo seguinte, guardam apenas um dia. É o chamado Pernão. A 29 de setembro, a vezeira escangalha-se oficialmente, mas não é obrigatório que os animais permaneçam na serra até esse dia, assim como para lá dessa data. Contudo, os proprietários dos animais que desçam antes do dia 29 de setembro continuam a estar obrigados a ir guardar o restante gado em função do número de cabeças que possuem, caso contrário, sujeitam-se a serem multados.
Barragem de Salamonde

Cascata de Fecha de Barjas (ou do Tahiti ou das Várzeas)


Continuando na N-308 por uns 2 km encontramos a deslumbrante Cascata de Fecha de Barjas ou mais conhecida como Cascata do Tahiti ou ainda Cascata das Várzeas (nome colocado na tabuleta no inicio do percurso).

As várias lagoas e quedas de água que se formam no rio Arado são divinais. O cenário marcado pelo verde da água é paradisíaco. Mas atenção chegar lá abaixo, à ultima lagoa é muito perigoso e já existiram vários acidentes (alguns mortais).

No verão são super concorridas mas é impossível resistir a um mergulho neste pequeno paraíso.

 

| Porta de Campo do Gerês - Terras de Bouro |

Terras de Bouro -> Vilarinho das Furnas -> São Bento da Porta Aberta -> Vilar da Veiga -> Cascata do Arado -> Miradouro da Pedra Bela -> Cascata de Leonte -> Mata da Albergaria (Cascata da Portela do Homem) -> Caldaria de Lobios (Torneiros - Espanha)

 

Terras de Bouro


É de História e Civilizações que trata esta Porta, essencialmente devido à Geira, também conhecida por Via Nova, foi construída pelos romanos com o intuito de ligar Braga (Bracara Augusta) a Astorga (Asturica Augusta). Em Terras de Bouro percorre o município numa extensão de 30 km, possuindo a maior concentração de marcos miliários epigrafados do Noroeste peninsular.

Terras de Bouro cresceu também na companhia do Homem, do Rio. Por isso não é de estranhar a presença de várias praias fluviais até à entrada no Parque Nacional da Peneda Gerês. Do Vilar, de Covas, do Rio Homem ou da Lagoa, são diversos os locais para uma refrescante paragem sempre com as verdes montanhas do PNPG no horizonte.


Vilarinho das Furnas


Hoje, uma enorme albufeira mas até à década de 70 era um lugar da freguesia de Campo do Gerês, situada na zona Nordeste do Concelho de Terras de Bouro. Esta aldeia foi submersa no início dos anos 70 e com ela grande riqueza etnográfica, que parcialmente está bem retratada na exposição do museu, sobretudo as atividades agro-silvo-pastoris, vivências e espírito comunitário do seu povo, das habitações e outras histórias do passado.

Mas, nem tudo se extinguiu, pois, os vestígios que se conservam mantêm viva a memória deste espaço.

Quando a barragem é esvaziada para limpeza ou quando desce o nível das águas em períodos de seca, podem ver-se ainda as casas, os caminhos e os muros da antiga aldeia.

O acesso à zona onde a aldeia se encontra submersa é feito através de um caminho em terra batida de uso privado dos antigos habitantes de Vilarinho da Furna. O acesso de carro é por vezes possível durante os meses de verão, mediante o pagamento de uma taxa de acesso pela associação “A Furna”, de forma a promover a manutenção da memória dos hábitos e costumes da antiga aldeia.

Durante o resto do ano, o acesso é apenas possível de forma pedonal. Neste percurso existe ainda a Cascata do Ribeiro de Gemesura.


São Bento da Porta Aberta


De Campo do Gerês até ao Santuário de São Bento da Porta Aberta são 10 km. Pelo meio cuidado com Covid(e).

Rodeado pelas altas montanhas do Gerês e as águas abundantes da Caniçada, ergue-se o segundo maior santuário português e atrai anualmente mais de 2,5 milhões de peregrinos.

Teve a sua origem em 1615, com a construção de uma pequena ermida. O atual santuário é do final do século XIX. Iniciou-se a sua reconstrução em 1880 e concluiu-se em 1895. A designação de São Bento da Porta Aberta deve-se ao facto de a ermida ter sempre as suas portas abertas, servindo de abrigo aos viajantes.

Depois de várias obras de melhoria, o santuário foi elevado a basílica menor pelo Papa Francisco a 21 de março de 2015 em comemoração dos seus 400 anos de existência.

As principais datas de romaria são 21 de março (Morte de São Bento), 11 de julho (Festa de Padroeiro da Europa) e de 10 a 15 de agosto (Grande Romaria Popular).

São Bento
Nasceu em Núrsia no ano de 480. Filho de uma família nobre e cristã, é enviado para Roma para completar os estudos.
Dececionado com o estilo de vida da cidade, parte para o monte Subiaco, onde numa gruta, durante 3 anos, se dedica à reflexão. Depois parte para Montecassino, onde funda um Mosteiro, de onde irradiaram outros Mosteiros. Escreveu uma Regra para monges que, posteriormente deu origem a várias vivências como a Ordem de Cluny, Cister, Camáldulos, Valombrosanos, etc. Esta Regra foi seguida na Península Ibérica também pela Ordem militar de Cristo e pela de Avis. A regra que S. Bento compôs, pode dizer-se que está plasmada na célebre frase “Ora et Labora” – Reza e Trabalha. Após uma vida consagrada a Deus e aos outros, realizando prodígios e milagres, morre a 21 de Março de 547.
Proclamado como “Pai e Padroeiro da Europa” e Patriarca dos Monges do Ocidente, atrai milhares de peregrinos a cada santuário onde é venerado. A sua imagem caracterizada pela figura do corvo, remete-nos para um dos episódios da sua vida, o pão envenenado, que lhe foi oferecido como presente por Florêncio, seu discípulo, e que o Santo sabia estar envenenado. Por isso mandou que o corvo, que habitualmente aparecia por ali, o levasse para longe, para que ninguém o pudesse encontrar. É frequente encontrarmos as imagens de S. Bento com os atributos episcopais (mitra, báculo, cruz peitoral e anel) apesar de nunca ter sido Bispo. Estas insígnias aparecem, tardiamente, atribuídas aos Abades Beneditinos e Cistercienses.


Vilar da Veiga/Termas do Gerês


Considerada por muitos com a Capital do Gerês, devido à quantidade de hotéis e restauração que servem de ponto de partida e chegada para as aventuras no PNPG.

A albufeira da Caniçada e as suas várias praias fluviais são, a par das Termas do Gerês as principais atrações turísticas. Mas, Vilar da Veiga é mais do que isso, é diversão, animação, comércio e hotelaria.


Cascata do Arado


Bem no meio da Serra do Gerês, a Cascata do Arado está envolvida num cenário de sonho. As lagoas de água límpida e de cor verde esmeralda sobressaem no meio de um denso arvoredo e grandes formações rochosas.

De Vilar da Veiga seguir até Pereiró e dai em direção a Ermida, irá encontrar uma placa indicativa que o leva até ao Miradouro das Rocas. Nessa altura acaba a estrada de alcatrão mas é possível seguir mais um km em terra batida até próximo da ponte sobre o Arado.

Do lado direito da ponte existe uma escadaria que leva ao Miradouro das cascatas. Nesse ponto alguns aventureiros vão à água, mas atenção o acesso não é fácil e é muito escorregadio (já aconteceram vários acidentes graves nesta zona).

Ponte do Arado

Miradouro da Pedra Bela


Localizado a 829 metros de altitude, o Miradouro da Pedra Bela é, talvez o mais conhecido da Serra do Gerês devido à grande beleza cénica que de lá se vislumbra. A paisagem alcançada é um autêntico anfiteatro natural, tendo como pano de fundo as pontes de Rio Caldo e toda a albufeira da Caniçada.

Neste local, além da sombra refrescante de cedros e bétulas, é também possível encontrar uma pequena fonte e várias mesas para a pausa de uma merenda.

Poema "Pátria" de Miguel Torga colocado no Miradouro da Pedra Bela

Serra!
E qualquer coisa dentro de mim se acalma…
Qualquer coisa profunda e dolorida,
Traída,
Feita de terra
E alma.
Uma paz de falcão na sua altura
A medir as fronteiras:
– Sob a garra dos pés a fraga dura,
E o bico a picar estrelas verdadeiras…
Miradouro da Pedra Bela

Cascata de Leonte


Na estrada que liga Vilar da Veiga à Mata da Albergaria (EN308-1) encontramos a Cascata de Leonte, esta forma-se com o despenhar das águas do ribeiro da Taleira, do alto de uma penedia de rocha granítica a 19 metros, no leito do Rio Gerês. Sendo que, em verões com períodos de seca, o caudal da cascata pode desaparecer.

Também pode ser vista durante o percurso pedonal do Trilho da Preguiça (PR10).


Mata da Albergaria e Cascata da Portela do Homem


A Mata de Albergaria é um dos mais importantes bosques do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), constituída predominantemente por um carvalhal secular que inclui espécies características da fauna e da flora geresianas. Guarda também um troço da Via Romana - Geira - com as ruínas das suas pontes e um significativo conjunto de marcos miliários.

Sendo um ecossistema de importância vital existem diversos limites à circulação automóvel como a proibição de trânsito automóvel nos fins de semana e feriados dos meses de verão ou o pagamento de 1,5€ de 1 de Junho a 30 de Setembro.

Entrar neste bosque é como entrar num mundo encantado, o som da água mistura-se com o chilrear dos pássaros. As arvores parecem dobrar-se à nossa passagem como que a cumprimentar-nos com gentileza. Para acabar em beleza encontramos a Cascata da Portela do Homem, quase no limite do bosque e junto à fronteira com Espanha.

A viatura tem de ficar no parque junto à fronteira, depois são 500 metros até uma pequena ponte, o acesso à cascata é feito por um caminho na lateral da ponte. As várias lagoas são deliciosas mas nos meses de verão costumam estar lotadas, até porque são das cascatas com melhor acesso no PNPG.

Cascata da Portela do Homem

Caldaria de Lobios (Torneiros - Espanha)


Por momentos saímos do Gerés e entramos no Xurés. Em Torneiros vamos encontrar uma deliciosa praia fluvial. Mas esta tem uma característica especial, tratam-se de águas quentes termais, a céu aberto e gratuitas.

As águas quentes das termas misturam-se com as águas do rio Caldo, e no leito do mesmo podemos encontrar pequenas piscinas feitas com pedras.

É fantástico usufruir deste pequeno paraíso de água quente.


 

| Porta de Lamas de Mouro - Melgaço |

Melgaço -> Cevide -> Castro Laboreiro

 

Melgaço


A cidade não faz parte do PNPG mas é neste concelho que encontramos uma das portas de entrada para o parque.

A Porta e a sua oficina temática giram em torno do ordenamento do território. Em redor, há também muito para ver: do centro histórico de Castro Laboreiro às cascatas, lagoas e marmitas de gigante (concavidades) no rio Laboreiro.

Na cidade, o castelo e centro histórico merecem um passeio demorado. O passadiço junto ao Rio Minho é outra das atrações da cidade.

Castelo de Melgaço

Cevide


Já que estamos no município mais a norte de Portugal, vamos ao local onde começa o nosso país. Cevide e o marco n.º 1, o km zero.

A aldeia em si é pequena, tem apenas 3 habitantes, e o mais digno de visitar é a sua pequena capela. Modesta mas bonita e acolhedora, vale a pena entrar nela e apreciar os seus detalhes.

Em seguida aventuramo-nos nos recentes passadiços, que nos levam até ao marco nº1 em Portugal. Depois de uma pequena ponte de madeira encontramos uma praia fluvial que é a delicia dos locais e dos visitantes. A partir daí, pode-se dar o salto para Espanha, onde existe uma ecovia. Enquanto percorremos estes caminhos imaginamos que há apenas algumas décadas, serviam de camuflagem aos contrabandistas que se aventuravam nesta região.

Cevide

Castro Laboreiro


Preambulo feito agora entramos no PNPG pela Porta de Lamas de Mouro e subimos até Castro Laboreiro.

A altaneira vila, situada a mais de 1000 metros de altitude, é um dos locais mais isolados do PNPG. Encaixada entre a fronteira espanhola e a Serra da Peneda, o isolamento contribui-o para manter vivas antigas tradições e uma ruralidade já em vias de extinção. Mas existe tanto para ver e explorar, cascatas, lagoas, o castelo, as pontes, as casas de pedra e locais rústicos e tradicionais. O cão de raça Castro Laboreiro é uma das mais antigas da Europa e imagem de marca da vila.

O Castelo é a estrela no topo da arvore, não pela sua imponência (grande parte foi destruída numa explosão de um paiol) mas pela fantástica vista que nos oferece. É preciso subir (uns 20 minutos) e as pernas vão-se queixar mas uma vez lá em cima ficamos maravilhados com tanto mundo à nossa frente.

Descemos de volta ao centro e deambulamos pelas ruas, passamos junto à igreja, ao pelourinho e ao núcleo museológico onde conhecemos as "viúvas dos vivos", quando os maridos emigravam as mulheres acentuavam o negro do tradicional traje castrejo, que se encontra em exibição no museu.

Seguindo as placas indicativas e o som da água, chegamos à Ponte Velha e à Cascata de Laboreiro, onde é possível descer às lagoas por baixo da ponte.

A visita às Pontes da Cava da Velha e de Dorna são também obrigatórias.

Cascata do Laboreiro
 

| Porta do Mezio - Arcos de Valdevez |

Arcos de Valdevez -> Baloiço e Porta do Mezio -> Soajo -> Senhora da Peneda -> Sistelo

 

Esta Porta, dedicada à Conservação da Natureza e da Biodiversidade, fica na Mata do Mezio. Tem várias atividades, e equipamentos como o Parque da Biodiversidade ou a Aldeia dos Pequeninos. Nas imediações, merecem visita a Mata do Ramiscal e os socalcos de Sistelo.


Arcos de Valdevez


A pequena vila minhota parece um postal animado. O característico encanto do verde Minho, encastrada no Vale do Vez e cortada a meio pelo cristalino Rio Vez.

No Centro Histórico existem várias atrações que merecem ser visitadas:

  • Pelourinho e Igreja Matriz;

  • O Relógio de Água;

  • A Igreja da Lapa;

  • A Capela de Nossa Senhora da Conceição;

  • A Igreja do Espirito Santo;

  • A Igreja e Cruzeiro da Misericórdia;

  • A Ponte dos Arcos.


Baloiço e Porta do Mezio


Entramos do PNPG pela porta do Mezio agora decorada com uma bonita porta azul - a Porta do Sol. Logo ao lado encontramos o Baloiço do Mezio, que principalmente na chamada hora dourada nos dá uma vista fantástica sobre o PNPG.


Soajo


Esta rustica aldeia é conhecida pelos seus espigueiros. O conjunto dos Espigueiros de Soajo compõem uma eira comunitária formada por vinte e quatro espigueiros. Todos em pedra, estão assentes numa elevação rochosa, com vista fantástica para as serras ao redor. O espigueiro mais antigo data de 1782 e os restantes foram feitos ao longo do séculos XVIII e XIX.

Deambular nas ruas da aldeia leva-nos à Igreja Matriz e ao característico pelourinho.

O Soajo é também famoso pelos seus poços. E nós vamos ao Poço Negro e ao Poço das Mantas.

O Poço Negro é uma das cascatas e lagoas do Soajo de mais fácil acesso, pois fica localizado quase à beira da estrada, a somente 1 km dos famosos Espigueiros do Soajo.

Basta seguir a M530 até à zona da lagoa, depois é descer uma íngreme, mas segura, escadaria.

O Poço das Mantas não é uma lagoa natural, uma vez que foi construída uma pequena represa para reter as águas da ribeira.

Para lá chegar basta seguir a estrada que fica ao lado do restaurante “Saber ao Borralho”. Terá apenas de percorrer pouco mais de 1 km até ao parque de merendas, ao longo do percurso existem placas indicativas.


Santuário de Nossa Senhora da Peneda


É um lugar recôndito e de uma beleza única e um dos mais importantes e concorridos santuários do Norte de Portugal e onde, na primeira semana de Setembro, ocorre uma das maiores romarias de Alto Minho.

O santuário foi construído entre os finais do século XVIII e inicio do século XIX. A igreja foi terminada em 1875, embora seja provável que a tradição secular de Nossa Senhora das Neves e a dinâmica beneditina estabelecida pelo percurso dos monges do Mosteiro arcuense de Ermelo para a Fiães, em Melgaço, desse lugar ao estabelecimento de um pequeno espaço de culto em redor do século XIII.

Diante da igreja encontra-se o escadório das virtudes, com estátuas representando a Fé, a Esperança, a Caridade e a Glória, datado de 1854.

Após um largo triangular onde se situam os antigos dormitórios para os peregrinos (hoje transformados num hotel), o santuário desenvolve-se numa alameda arborizada em escadaria, com cerca de 300 metros e 20 capelas, com as cenas da vida de Cristo.


Sistelo


Apelidada de Tibete Português, a pequena aldeia foi considerada umas das 7 Maravilhas - Aldeias de Portugal.

Considerada monumento nacional, foi a primeira vez que tal titulo foi atribuído a uma aldeia no seu todo, património cultural e natural, que até ao momento era só atribuída ao património edificado.

Os famoso socalcos de Sistelo, que hoje são forte atração turística, foram criados para favorecer a agricultura de subsistência em terrenos difíceis, sendo por isso um símbolo da convivência secular entre Homem e Natureza – um pouco à imagem das paisagens do Douro vinhateiro, moldadas por mão humana ao longo dos séculos.

No Sistelo também já existem passadiços, que podem ser feitos de duas formas. Percorrer os 11 km entre o Sistelo e a Ponte Medieval de Vilela (atenção que é preciso voltar para trás o que faz duplicar os km para 22). Ou fazer os 2 km de passadiços a partir da praia fluvial do Sistelo e regressar (4 km), pegar no carro e ir em direção à Ponte Medieval de Vilela e fazer o percurso junto ao rio até à praia fluvial Poço das Caldeiras, são 3 km (6 ir e vir). Este dois troços do percurso são os mais bonitos, o troço que liga os dois é feito em estrada de alcatrão e é pouco interessante.

Praia Fluvial Sistelo
Ecovia do Vez
 

| Porta de Lindoso - Ponte da Barca |

Ponte da Barca -> Lindoso -> Germil

 

A Água e a Geologia é a temática desta Porta, cujo complexo integra o castelo de Lindoso. Na envolvente, fica o maior conjunto de espigueiros da região do Parque (67). Pelo território surgem gravuras rupestres e locais de interesse geológico.


Ponte da Barca


Faz berço nas margens do Rio Lima e com ele convive de forma natural e equilibrada. foi buscar o seu nome à barca que fazia a ligação entre as duas margens, antes da ponte ser construída no séc. XV. Esta região era anteriormente conhecida por Terra da Nóbrega ou Anóbrega que se pensa derivar do nome romano "Elaneobriga".

A ponte que é a imagem de marca da vila e pode ser fotografa das margens ou a partir da praia fluvial.

O centro histórico da vila com casas solarengas (algumas adaptadas a Turismo de habitação) e belos monumentos dos sécs. XVI-XVIII merece uma visita cuidada.

Ponte da Barca é um dos quatro municípios que integram o Vale do Lima. Nesta região, percorrer a Rota dos Gigantes é uma forma de conhecer os locais onde nasceram quatro grandes figuras históricas que levaram Portugal aos quatro cantos do mundo.
Fernão de Magalhães, o Navegador, de Ponte da Barca, comandou a primeira viagem de circum-navegação provando que a Terra é redonda. Em Ponte de Lima nasceu o Beato Francisco Pacheco (O Santo), Mensageiro da Companhia de Jesus e um dos primeiros missionários jesuítas no Japão. João Alvares Fagundes (o Descobridor), de Viana do Castelo, explorou e descobriu Terra Nova no Atlântico Norte, importante zona de pesca do bacalhau. Originário de Arcos de Valdevez era o Padre Himalaya, o inventor, estudioso científico das energias renováveis que representou Portugal na Exposição Universal de St. Louis, nos Estados Unidos.

Lindoso


A peculiar aldeia serrana é famosa pelos seus espigueiros, ao todo são perto de 120 e só o conjunto principal na eira são 60. A imagem é fabulosa e enriquecida pelo castelo, que parece proteger aquelas pequenas edificações.

É também do altaneiro castelo que se consegue a melhor perspetiva dos espigueiros.


Germil


Incrustada em plena Serra Amarela, a aldeia de Germil é uma das aldeias mais típicas do Gerês. Nesta aldeia serrana, ainda se conserva aquele cheiro a lenha e terra molhada tão característico nestas aldeias mais rusticas. Aqui o tempo passa devagar, podemos imaginar outros tempos e diferentes formas de vida. Do campo, do trabalho agrícola e das tarefas manuais executadas com rigor e perícia. É um andar para trás no tempo, até a uma existência que só conhecemos a preto e branco.



 

Outros Roteiros:


 
Nota: De referir que este roteiro (como os outros) pretendem ser apenas guidelines e não para serem obrigatoriamente cumpridos à risca. Cada visitante pode acrescentar ou retirar locais, fazer em mais ou menos dias. Numa escapadinha de um ou vários dias. Estamos, claro, disponíveis para ouvir conselhos e dicas para melhorarmos os nossos roteiros!



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